Editorial:

Fármacos e Medicamentos: Urgências
Carlos Vogt

Reportagens:
Genéricos são a linha de frente da política de medicamentos
Instrumentos de regulamentação dos genéricos
Descentralização na distribuição de medicamentos enfrenta falta de estrutura
Luta contra a Aids terá de buscar novas formas de financiamento
Aids nos países pobres: lições da experiência brasileira
Poder das
multinacionais inibe a indústria brasileira
Inovação e fomento à indústria estão entre os principais desafios
Fundação produz medicamentos de qualidade para a população carente
Falta de garantia faz Ministério acabar
com os similares
Investimento em pesquisa de fármacos
no Brasil ainda é pequeno
A questão das
patentes na política brasileira de fármacos
Conhecimento tradicional e direito à propriedade intelectual
Fitoterápiocos: o mito
do natural
Artigos:
Aproveitamento das inovações farmacêuticas no Brasil
Antônio Camargo

Fitoterápicos: alternativa para o Brasil
Lauro Barata

Cronofarmacologia e Melatonina - o hormônio que marca o escuro
Regina Pekelmann Markus
Farmacologia perde integração com a cultura
Ulisses Capozoli
Notícias e "notícias" na comunicação pública da saúde
Isaac Epstein
Inovação e Gestão em um Mundo Globalizado
Antônio Buainain
Sergio Paulino de Carvalho

Acesso aos antiretrovirais na América Central
Eloan Pinheiro
Fernanda Macedo
Cristina D'Almeida

Poema
Bibliografia
Créditos

Fundação produz medicamentos de qualidade para população carente

A Fundação para o Remédio Popular (Furp) foi criada oficialmente em 1968, resultante de um projeto de professores e alunos da Faculdade de Farmácia e Bioquímica (atual Faculdade de Ciências Farmacêuticas) da Universidade de São Paulo. A idéia era produzir medicamentos de qualidade para a população carente brasileira. A primeira produção ocorreu em 1974 e desde esta data, a Fundação tem-se tornado cada vez mais importante para a produção de remédios no Brasil. Atualmente, a Furp atende a população que depende exclusivamente do SUS para atendimento das suas necessidades de saúde, além de pacientes vinculados a programas do Ministério da Saúde, como o DST/AIDS.

Os números são expressivos: a Furp produz mais de 100 tipos de medicamentos, desde analgésicos até produtos complexos, como os anti virais utilizados no tratamento de soropositivos. No ano de 2000, a Furp bateu o recorde de produção com 1.813.152.279 unidades (entre comprimidos, drágeas, cápsulas, frascos, ampolas, bisnagas e frasco-ampolas), e anualmente a Fundação consegue atingir 3,2 mil minicípios brasileiros. Segundo Tuyoshi Ninomya, assessor técnico da Superintendência da Furp, a previsão de faturamento para 2001 está estimada em R$ 130 milhões.

Os remédios chegam aos consumidores através dos órgãos de Saúde Pública e Assistência Social dos Estados, Prefeituras e outras entidades públicas. Ninomya esclarece que os remédios são vendidos pela Furp mediante um sistema de encomendas e afirma: "a prioridade da Furp é o atendimento do programa Dose Certa, de Assistência Farmacêutica Básica, gerenciado pela Secretaria de Estado da Saúde e operacionalizado pela Fundação. Através dele, são fornecidos 41 tipos de medicamentos básicos a todos os municípios do Estado de São Paulo e ao governo federal" . Com relação à frequência e extensão das entregas, Ninomya explica que a Furp "realiza entregas trimestrais para todos os municípios com até 250 mil habitantes e mensais para os que tem maior número de habitantes, incluindo as 220 unidades básicas do Estado e 40 da Prefeitura no município de São Paulo".

De forma geral, a linha de medicamentos produzidos pela Furp é igual para todos estados, esclarece Ninomya. Os tipos de remédios produzidos não variam em função dos meses do ano, mas as quantidades de determinados produtos podem aumentar em certas épocas, como é o caso dos que atuam no sistema respiratório, cuja demanda é maior no inverno.

Linha de medicamentos fabricados pela Furp.

A Furp tem aprimorado cada vez mais a qualidade de seus produtos, através de programas específicos. Em 1998, a Fundação recebeu o certificado ISO 9002 pelo processo de envase e comercialização de produtos na forma farmacêutica de Pó Estéril, utilizado na fabricação de antibióticos. A obtenção deste certificado (que a Furp pretende obter também para outras seções de medicamentos) significa que os produtos estão sendo produzidos dentro de normas de qualidade rigorosas e são seguros para o consumo da população. Com a parceria dos serviços públicos qualificados, os medicamentos produzidos são testados antes de serem destinados aos consumidores.

Existem no Brasil atualmente 17 laboratórios que produzem produtos farmacêuticos filiados à Alfob (Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil). Ainda não existem dados precisos sobre a parcela ocupada pela Furp no mercado brasileiro de medicamentos. No momento, a Alfob está montando um banco de dados sobre vários aspectos das atividades dos laboratórios oficiais. A partir daí será possível conhecer a parcela ocupada pela FURP no mercado nacional de medicamentos.

(JS)

Para saber mais:

Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil
Site com dados gerais sobre a ALFOB, que é uma Associação civil sem fins lucrativos, costituída pelos laboratórios farmacêuticos oficiais instalados no território brasileiro. Contém links para todos os laboratórios associados.
Fundação para o Remédio Popular
Contém dados gerais sobre a Fundação, como produtos, serviços e dicas de saúde. Ainda neste site, no endereço www.furp.com.br/medicos1.htm tem explicações sobre os principais grupos de medicamentos.




 

 

Atualizado em 10/10/2001

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