O
programa Biota-Fapesp - O instituto virtual da biodiversidade
Carlos
Alfredo Joly
A
aprovação, no decorrer da Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento/CNUMAD, ou ECO-92, realizada no Rio de
Janeiro, em junho de 1992, de documentos que preconizam o uso sustentável
dos recursos naturais e definem um novo modelo de desenvolvimento,
representou um significativo avanço para a conservação da biodiversidade
do planeta. O Brasil liderou a subscrição de tais documentos no
decorrer da ECO-92, tendo obtido o apoio de cerca de 160 países.
Em fevereiro de 1994, o Congresso Nacional ratificou a Convenção
da Biodiversidade.
As medidas para a implantação dos preceitos preconizados pela Agenda
21 e pela Convenção sobre a Diversidade Biológica pecam, entretanto,
de uma maneira geral, pelo distanciamento entre os órgãos que as
propõem e/ou administram e os pesquisadores que detêm, e continuam
a gerar, as informações científicas e técnicas de alta qualidade.
Por outro lado, ninguém ignora o valor da diversidade biológica,
tanto no âmbito biológico e científico quanto no âmbito econômico
e cultural. Além de ser a base das atividades agropecuárias, florestais
e pesqueiras, a biodiversidade é o sustentáculo do desenvolvimento
biotecnológico, uma área indiscutivelmente estratégica. O crescimento
explosivo da população humana, agravado pelo aumento de nossa capacidade
de alterar o meio ambiente, está acelerando o processo de degradação
biótica e, consequentemente, a taxa de extinção de espécies.
Em um primeiro momento, a definição de prioridades para a conservação
da diversidade biológica ocorreu no plano mundial, elegendo-se os
ecossistemas mais ameaçados, como, por exemplo, as florestas tropicais.
O sucesso desta estratégia depende agora de uma ênfase na definição
de prioridades de âmbito regional, nacional e local.
O Brasil é, reconhecidamente, o país com a maior diversidade biológica,
abrigando entre 15 e 20% do número total de espécies do planeta.
A dimensão exata desta riqueza, provavelmente, jamais será conhecida,
dadas as dimensões continentais do país, a extensão de sua plataforma
marinha e a complexidade de nossos ecossistemas. Parte considerável
deste patrimônio foi, e continua sendo, perdida de forma irreversível,
antes mesmo de ser conhecida, em função, principalmente, da fragmentação
de habitats, da exploração excessiva dos recursos naturais e da
contaminação do solo, das águas e da atmosfera.
No Estado de São Paulo, este processo já atingiu índices alarmantes,
pois a cobertura florestal primitiva, que chegou a ocupar mais de
80% de seu território, está hoje reduzida a cerca de 10%. O uso
de técnicas modernas de monitoramento revelou que, mesmo com o aprimoramento
da legislação ambiental e de seus mecanismos de fiscalização, a
taxa de destruição ainda é muito elevada.
No sentido de superar o impasse entre o descrédito da comunidade
científica nos programas propostos por órgãos eminentemente político-administrativos
e a indiscutível premência de planejarmos adequadamente a conservação/exploração
racional do gigantesco patrimônio representado pela diversidade
biológica, a Coordenação de Ciências Biológicas e a Diretoria Científica
da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp),
organizaram uma discussão com lideranças da comunidade científica.
Nesta reunião, realizada a 8 abril de 1996, no Auditório da Fapesp,
ficou patente o interesse dos pesquisadores na elaboração de um
Projeto Especial de Pesquisas em Conservação e Uso Sustentável da
Biodiversidade no âmbito do Estado de São Paulo. Este projeto foi,
inicialmente, denominado Biota
SP/Fapesp.
Com
o apoio da coordenação de ciências biológicas da Fapesp, especialmente
do Dr. Naércio Aquino Menezes, do Museu de Zoologia/USP, e utilizando
a experiência adquirida em 1995 no planejamento, estruturação e
implantação do Programa Estadual para Conservação e Uso Sustentável
da Biodiversidade (Probio/SP) da Secretaria de Meio Ambiente do
Estado de São Paulo, optamos por montar um grupo de coordenação
(GC) para o Biota SP/Fapesp. Inicialmente, o grupo tinha a seguinte
composição: Álvaro Esteves Migotto - Cebimar/USP; Carlos Eduardo
de Mattos Bicudo - Instituto de Botânica/SMA; Carlos Roberto F.
Brandão - Museu de Zoologia/USP; Célio Fernando Baptista Haddad
- IB/Unesp-Rio Claro (afastou-se em janeiro de 1997 para realização
de pós-doutoramento no exterior); Cláudio Gonçalves Tiago - Cebimar/USP;
Dora Ann Lange Canhos - BDT/Fundação André Tosello; George John
Shepherd - IB/Unicamp; Maria Cecilia Wey de Brito - Probio/SMA;
Paulo Sodero Martins (faleceu, prematuramente, em junho de 1997)
- Esalq/USP; Ricardo Macedo Corrêa e Castro - FFCL/USP-Ribeirão
Preto; Thomas Michael Lewinsohn - IB/Unicamp; Vanderlei Perez Canhos
- FEA/Unicamp.
Na primeira reunião deste grupo, em 9 agosto de 1996, na hoje desativada
Base de Dados Tropical da Fundação
André Tosello de Campinas, foi elaborado um cronograma de atividades
com as seguintes prioridades: (a) preparo de um diagnóstico sobre
o nível de conhecimento biológico acumulado para cada grupo taxonômico,
de microrganismos a mamíferos e angiospermas, incluindo os pesquisadores
que trabalham, especificamente, com cada grupo e a infraestrutura
instalada para conservação ex situ (Museus, Herbários, Coleções
de Microrganismos, Arboretos, Jardins Botânicos) e in situ
(Unidades de Conservação); e (b) organização, no prazo de um ano,
de um workshop para sintetizar as informações produzidas
e definir a estrutura e forma de implantação do Projeto Especial
de Pesquisas em Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade
do Estado de São Paulo. Nesta reunião, com o apoio da Base de Dados
Tropical, foram criadas uma homepage e uma lista
de discussão, tendo o GC definido que o Biota SP/Fapesp utilizaria
a Internet - inicialmente de forma preferencial e, depois, de maneira
exclusiva - como meio de comunicação e integração.
Nas duas reuniões seguintes do GC na BDT, dias 18 de setembro de
1996 e 19 de fevereiro de 1997, foram sendo definidos os objetivos
do Biota SP/Fapesp, a estrutura e a lista de convidados para o workshop.
Na quarta reunião do GC do Biota SP/Fapesp, em 18 de junho de 1997,
definiu-se o formato final do workshop Bases
para Conservação da Biodiversidade do Estado de São Paulo. E,
após uma intensa e produtiva troca de opiniões através da lista
de discussão, os pesquisadores convidados para a elaboração dos
diagnósticos e das listas de espécies que ocorrem no Estado de São
Paulo concordaram com a disponibilização eletrônica das versões
preliminares dos respectivos trabalhos, através da homepage.
A estrutura do workshop, com os participantes trabalhando
inicialmente em Grupos Sistemáticos, posteriormente se reagrupando
em Grupos Geográficos e, finalmente, de novo reagrupando-se em Grupos
Temáticos, permitiu um elevado grau de integração e de consenso
em relação às necessidades básicas para a implantação do Biota SP/Fapesp.
O fato de todos os participantes terem recebido e/ou acessado via
Internet as revisões preparadas para o workshop, a troca
de idéias através da Lista de Discussão e as apresentações feitas
pelos convidados estrangeiros contribuíram, significativamente,
para o amadurecimento das discussões e a importância das decisões
tomadas em Serra Negra.
A interação com profissionais com ampla experiência na coordenação
de programas nacionais de conservação da biodiversidade, na estruturação
de sistemas geográficos de informação e de bancos de dados para
estes programas, bem como na política de disseminação e integração
de informações relevantes para a conservação da biodiversidade,
foi excelente. Os convidados estrangeiros que participaram do workshop
foram selecionados com base nestas características e muito contribuíram
para o delineamento do Biota SP/Fapesp.
Essa mesma integração e a troca de informações sobre
as peculiaridades de cada grupo taxonômico permitiram que, nas sessões
plenárias, as discussões fossem concentradas nos aspectos macro
de um programa de pesquisas voltado para a conservação da biodiversidade.
A apresentação dos relatórios de cada grupo em reuniões plenárias
permitiu uma discussão conjunta dos tópicos mais relevantes em cada
etapa e preparou os pesquisadores para as discussões nos grupos
temáticos. As conclusões do workshop são, portanto, a síntese
dos pontos principais aprovados em cada sessão plenária.
Dentre as resoluções mais significativas, destaca-se a de estimular
a divulgação imediata, via Internet, das listas já existentes de
espécies do biota do Estado de São Paulo, mesmo que incompletas
e sujeitas a correções [na apresentação da lista o(s) autor(es)
deve(m) fazer as ressalvas que considerar(em) imprescindíveis quanto
aos dados que estão sendo disponibilizados. Esta disponibilidade
foi considerada uma ferramenta essencial para o livre intercâmbio
de informações, divulgação do conhecimento e estímulo à pesquisa,
mas a decisão final quanto à disponibilização on line será sempre
do(s) pesquisador(es) que detiver(em) as informações.
Outro
aspecto fundamental foi o consenso sobre a necessidade do uso do
GPS (Sistema de Posicionamento Global, sigla em inglês) e
de uma ficha padrão de coleta, com um conjunto de dados obrigatórios
e idênticos para todos os grupos taxonômicos, acrescentando-se um
conjunto de informações complementares para as informações específicas
para cada grupo de organismos.
Na plenária final da reunião de Serra Negra, os pesquisadores, o
diretor científico da Fapesp - José Fernando Perez - e o grupo de
coordenação do Biota SP/Fapesp concluíram que a melhor forma de
implementar as decisões do workshop seria elaborar um conjunto
de Projetos Temáticos articulados. A articulação pressupunha que
os projetos deveriam ter premissas e objetivos em comum, bem como
o maior entrelaçamento possível. Entretanto, considerando que todos
os projetos passariam pela avaliação da exigente assessoria da Fapesp,
era imprescindível que cada projeto fosse independente dos outros,
de tal forma que a não aprovação de um projeto não comprometesse
o conjunto como um todo.
A
reunião plenária delegou ao Grupo de Coordenação do Biota SP/Fapesp
a tarefa de garantir a articulação entre os projetos, estabelecendo-se
um cronograma de etapas a serem cumpridas até 15 de dezembro de
1997. Em atenção a este cronograma, todos os interessados em apresentar
propostas no âmbito do Biota SP/Fapesp encaminharam ao Coordenador
do GC, até 30 de setembro de 1997, um resumo de seu projeto, contendo:
título, objetivos, vínculo com os objetivos do Biota SP/Fapesp aprovados
no workshop de Serra Negra, área geográfica e equipe. Os
25 resumos enviados foram disponibilizados através da homepage do
Biota SP/Fapesp e encaminhados, eletronicamente, a todos os membros
do GC para análise e sugestões. Desta forma, todos os interessados
puderam ter acesso ao conjunto de propostas, permitindo que cada
um identificasse as possibilidades de entrosamento entre sua proposta
e os demais projetos.
Após uma análise individual de cada projeto e do conjunto como um
todo, o GC se reuniu com o diretor científico da Fapesp para discutir
as propostas à luz das possibilidades e das exigências da Fapesp.
Nesta reunião, realizada na sala do conselho superior da Fapesp,
a 14 de outubro de 1997, foi estabelecida a exigência do Biota SP/Fapesp
e dos pré-projetos serem avaliados por assessores internacionais.
Os resultados da reunião, bem como as sugestões de encaminhamento
para cada proposta, foram enviados aos proponentes. Nos pareceres,
o GC sugeriu, sempre que necessário, reformulações do escopo, ampliação
da equipe e fusão de propostas. No sentido de ampliar as possibilidade
de integração entre os diversos projetos, a Coordenação convidou
todos os proponentes para uma reunião de apresentação das propostas.
Nesta reunião, realizada na Unicamp, em 11 de novembro de 1997,
todos os coordenadores tiveram a oportunidade de apresentar seu
projeto, o que proporcionou uma imediata identificação dos pontos
de interseção entre as diversas propostas.
De
acordo com a decisão do Grupo de Coordenação e da Diretoria Científica
da Fapesp, os coordenadores enviariam ao GC do Biota SP/Fapesp um
resumo do projeto (explicitando claramente os objetivos, a inserção
da proposta no Biota SP/Fapesp, a metodologia e um esboço do orçamento)
de, no máximo, 10 páginas, até 1 de dezembro de 1997. De posse destes
resumos, o GC elaborou um documento que apresentava, simultaneamente,
o Biota SP/Fapesp para o assessor internacional e indicava a inserção
de cada projeto no programa. Este material foi, então, encaminhado
à Fapesp, dia 15 de dezembro de 1997, que se encarregou de contatar
os pesquisadores do exterior e encaminhar-lhes os projetos para
análise.
Desde o início do processo, ficou claro que, nesta etapa, os pareceres
da assessoria internacional seriam meramente indicativos, com críticas
e sugestões a serem incorporadas à proposta definitiva do Projeto
Temático. A maioria (14) dos 19 pré-projetos apresentados recebeu,
pelo menos, um parecer do exterior e alguns (5) receberam dois pareceres.
Cerca de 92% dos pareceres recebidos consideraram o Biota SP/Fapesp
e o projeto específico de alta qualidade.
A penúltima etapa deste processo foi concluída no dia 7 de maio
de 1998, quando 16 Projetos Temáticos articulados foram formalmente
protocolados na Fapesp. Outros dois projetos, que tiveram problemas
com o prazo, foram entregues em 15 de junho. Portanto, dos 19 pré-projetos
18 completaram todas as formalidades exigidas pela Fapesp e pelo
GC do Biota SP/Fapesp. Estes projetos envolviam cerca de 140 pesquisadores
doutores, 10 pós-doutorandos, 60 doutorandos, 50 mestrandos e 30
Bolsistas de Iniciação Científica vinculados à Unesp (Araraquara,
Assis, Botucatu, Jaboticabal, Rio Claro e São José do Rio Preto);
Unicamp; USP (São Paulo, Esalq, FFCL Ribeirão Preto, Escola de Engenharia
de São Carlos); UFSCar; Unisantos; Secretaria de Estado do Meio
Ambiente (Instituto de Botânica, Instituto Florestal, Instituto
Geológico, Cetesb, Departamento Estadual de Proteção dos Recursos
Naturais/DEPRN, Probio/SP); Secretaria da Agricultura e do Abastecimento
(Instituto Biológico); Inpe; Embrapa/Jaguariúna e ONGs (Fundação
Tropical de Pesquisas e Tecnologia "André Tosello", Instituto Socioambiental
e Instituto Biodinâmico de Desenvolvimento Rural).
Em fevereiro de 1999, o Conselho Superior da Fapesp aprovou a criação
do Programa Biota/Fapesp - O Instituto Virtual da Biodiversidade,
que foi oficialmente lançado no dia 25 de março de 1999, em sessão
solene, no Auditório da Fapesp. O lançamento oficial do programa
ocorreu, portanto, no mesmo local onde, três anos antes, havia se
realizado a primeira discussão formal, da Diretoria Científica da
Fapesp com lideranças da comunidade científica, sobre a viabilidade
de se criar, no Estado de São Paulo, um programa de pesquisas em
conservação e uso sustentável da biodiversidade. No dia do lançamento
do programa, 09 dos 18 projetos entregues em maio já tinham sido
aprovados e apenas 01 denegado. Os outros 08 estavam nas etapas
finais de tramitação, com ótimas perspectivas de serem também aprovados.
Portanto, o Programa Biota/Fapesp é o resultado de um processo de
amadurecimento da comunidade científica do Estado de São Paulo que
atua nesta grande área do conhecimento que a temática conservação
e uso sustentável da biodiversidade abrange. O fato de ter sido
construído pelos pesquisadores torna esta iniciativa única e de
difícil replicação. Ele representa, sem dúvida, um divisor de águas
entre a imprescindível etapa dos inventários sobre a composição
do biota paulista e um programa de pesquisas em conservação e uso
sustentável da biodiversidade. Em um programa com este objetivo
necessitaremos não só dar continuidade à importante tarefa de descrever
e catalogar espécies, como também desenvolver projetos de pesquisa
que incorporem os aspectos estruturais e funcionais da biodiversidade,
a distribuição espacial e temporal dos organismos e as relações
entre seus componentes nos diversos níveis organizacionais, bem
como a valorização da biodiversidade, tentando estabelecer um vínculo
entre os serviços e produtos da diversidade biológica e os sistemas
produtivos.
A criação do Instituto Virtual da Biodiversidade, utilizando a Internet
para o trabalho de articulação da comunidade acadêmica em torno
dos objetivos do programa coloca, de imediato, o programa na linha
de frente no que diz respeito ao uso de redes
eletrônicas em biodiversidade. O uso da Internet permite que
o conjunto de dados que estão sendo gerados seja colocado, simultânea
e gratuitamente, à disposição não apenas da comunidade científica,
mas também para os órgãos responsáveis pela formulação de políticas
de conservação e uso sustentável da biodiversidade, da rede de ensino
de primeiro e segundo graus e da sociedade em geral.
A transformação do Biota SP no Programa Biota-Fapesp permitiu que
o processo de articulação da comunidade científica tivesse continuidade.
Hoje o Programa conta com a participação de mais de 300 pesquisadores
de instituições paulistas, cerca de 100 colaboradores de outros
estados e 50 colaboradores do exterior, distribuídos nos 32 Projetos
que integram o Instituto Virtual da Biodiversidade.
Há mais de 200 bolsistas de iniciação científica,
mestrado, doutorado e capacitação técnica vinculados ao Biota/Fapesp.
No sentido de promover a maior integração possível entre os pesquisadores
e bolsistas que participam do programa a Coordenação Biota organiza
anualmente dois eventos, o Simpósio do Programa Biota/Fapesp que
visa especialmente os bolsistas que trabalham no Programa e a Reunião
de Avaliação que congrega os coordenadores e pesquisadores principais.
As reuniões são organizadas de tal forma a propiciar pelo menos
um dia de sobreposição entre ambas, otimizando as oportunidades
de integração e a formalização de acordos de cooperação entre equipes.
Considerando que a conservação e o uso sustentável da biodiversidade
passa, obrigatoriamente, pelas questões socio-econômicas, culturais
e do etno-conhecimento, no momento o grande desafio do Programa
é ampliação do escopo dos projetos de pesquisa de forma a incorporar
o componente humano.
É
importante ressaltar que o Programa Biota/Fapesp está em franca
expansão e que a submissão de novos projetos é feita no sistema
de fluxo contínuo. Idealmente, todas as coletas de material biológico
realizadas no Estado de São Paulo deveriam seguir o padrão utilizado
pelo programa, porque desta forma poderíamos melhorar rapidamente
a qualidade e a precisão dos modelos que serão gerados pelo Sistema
Ambiental do Biota/Fapesp na próxima etapa de desenvolvimento
do sistema. A capacidade de modelagem transformará
o SinBiota em uma das principais ferramentas de planejamento para
os tomadores de decisão.
A
qualidade e o ineditismo de grande parte das informações coletadas
para elaboração do diagnóstico do nível de conhecimento biológico
acumulado sobre o biota paulista estimulou a sua publicação. Considerando
o volume de informações sistematizadas pelos quase 100 pesquisadores
que se envolveram com a elaboração do diagnóstico, optamos por publicar
uma série de livros, Biodiversidade do Estado de São Paulo, Brasil:
síntese do conhecimento ao final do século XX, em sete volumes.
Simultaneamente, disponibilizamos integralmente estes volumes através
do site www.biota.org.br/publi.
No material disponibilizado na Internet, há links eletrônicos
com as listas de espécies e/ou outras informações relevantes.
Com a publicação desta série e a transformação do Projeto Especial
de Pesquisas em Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade
do Estado de São Paulo, inicialmente denominado Biota SP/Fapesp,
no Programa Biota/Fapesp - O Instituto Virtual da Biodiversidade,
o Grupo de Coordenação criado em abril de 1996 considerou sua tarefa
concluída.
Carlos
Alfredo Joly é professor titular do departamento de Biologia
da Unicamp e um dos coordenadores do Biota/Fapesp.
|