Interação
Rhodia-universidades no Brasil
Saul
D'Ávila
Sendo
uma empresa-líder em especialidades químicas, dentro
de sua estratégia global a Rhodia considera fundamental para
o desenvolvimento e crescimento de seus negócios a interação
externa, em especial aquela com a Universidade, esta reconhecida
como essencial. A empresa está consciente de que a manutenção
e ampliação de seus mercados passa pelo lançamento
contínuo de novos produtos, que incorporam tecnologias de
ponta, as quais são a concretização de novas
idéias e de técnicas que freqüentemente se originam
nos centros de excelência universitários em uma escala
mundial. Assim, a interação da Rhodia com as instituições
brasileiras, particularmente aquelas localizadas no estado de São
Paulo, tende a se ampliar e aprofundar no futuro, estendendo-se
o perímetro também a instituições de
ponta no exterior a partir de 2001, sempre que possível em
íntimo contato com as organizações brasileiras.
A Universidade no processo de inovação da Rhodia
Modernamente,
a estratégia do desenvolvimento de novos produtos/processos
leva em conta um mercado global (visão mundial), porém
respeita as características dos mercados locais que determinam
as aplicações. Tendo em vista a complexidade e os
altos investimentos envolvidos nas atividades de P&D, impõe-se
tanto uma otimização dos recursos humanos e materiais
da empresa em nível mundial, como também a utilização
de competências e de recursos de organizações
externas como aqueles encontrados nas Universidades.
Figura
1
Fase do desenvolvimento de novos produtos
|
O esquema
apresentado na Figura 1 ilustra os vários estágios
do desenvolvimento e comercialização de um novo produto.
Tipicamente, o envolvimento da Universidade se concentra nos estágios
iniciais do desenvolvimento, principalmente na fase exploratória
da pesquisa, sendo pouco exigido nas etapas posteriores. A fase
de prospecção (novas idéias, escala de laboratório),
onde o papel da Universidade é fundamental, é aquela
de maior risco, e portanto, de menor investimento. À medida
que o risco diminui ao se conhecer melhor o produto, os investimentos
aumentam exponencialmente. Como regra geral, costuma-se dizer que
para cada unidade monetária envolvida no estágio da
idéia cerca de 60 unidades adicionais terão de ser
investidas, na maior parte diretamente pela empresa, até
colocar o produto no mercado, ou seja, quando a idéia verdadeiramente
se traduz em uma inovação.
A Rhodia
mantém atualmente quatro Centros Mundiais de P&D que
são responsáveis pelo desenvolvimento de aplicações
e de novos produtos/processos. Os Centros estão localizados
em Aubervilliers (França), Lyon (França), Cranbury
(Estados Unidos) e Paulínia (Brasil). Seguindo uma estratégia
de otimização de recursos, os quatro Centros Mundiais
trabalham integrados em projetos de abrangência global, e
atendem às necessidades de desenvolvimento de aplicações
específicas do mercado local. Todos os Centros desenvolvem
projetos conjuntos com Universidades locais e do exterior.
No
Centro de Pesquisas de Paulínia (CPP) da Rhodia Brasil, localizado
em Paulínia-SP, trabalham 114 pessoas, dentre elas 84 pesquisadores,
em grande parte pós-graduados (M. Sc., Ph. D., Pós-Doc's),
23 estagiários e sete funcionários de infraestrutura
e apoio técnico.
Interação Rhodia-Universidades no Brasil
A empresa
mantém atualmente vários Projetos de colaboração
com grupos de excelência de Universidades e instituições
brasileiras de pesquisa, nos mais variados níveis, com o
objetivo de:
(1)
desenvolver competências científicas e tecnológicas
para apoiar as atividades das áreas de negócios
(businesses) locais;
(2) promover a participação de entidades brasileiras
de pesquisas no processo de desenvolvimento de novos produtos/processos
de alcance mundial.
(3) motivar a realização de pesquisas de caráter
básico em linhas correlacionadas com os produtos da empresa.
Nos
últimos três anos, a Rhodia no Brasil tem celebrado
e executado convênios/contratos com as mais destacadas entidades
de pesquisa do país, na maioria sediadas no Estado de São
Paulo: Unicamp, USP-SP, UFSCAR, USP-Ribeirão Preto, Coppe/UFRJ,
UnB, PUC/Rio, UFSC, Faenquil, UCS (Caxias do Sul).
A interação
da Rhodia com grupos de excelência brasileiros tem tido um
caráter abrangente, envolvendo:
·
projetos conjuntos de pesquisa;
· bolsas de Pós-Doutorado;
· bolsas de Mestrado;
· bolsas de Iniciação Científica;
· consultoria
· compra de serviços especializados
· apoio a programa de capacitação interna
em nível de Mestrado e de Doutorado de seu pessoal de P&D,
envolvendo 10 pesquisadores
A Rhodia
mantém, desde 1992, no Brasil um Conselho Científico
e Tecnológico, atualmente formado por três professores-pesquisadores
brasileiros de notória competência, pelo Gerente do
Centro de Pesquisas de Paulínia e pelos responsáveis
das áreas de pesquisa da empresa no país. Além
de colaborarem no desenvolvimento das pesquisas da empresa, os professores
tem atuado como elo acadêmico de ligação entre
a Rhodia e as instituições externas de pesquisa.
Centro
Rhodia-Universidades de P&D Industrial
Durante
o segundo semestre deste ano, a Rhodia implantará o Centro
Rhodia-Universidades de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) Industrial
com a finalidade de promover e coordenar a interação
das atividades de P&D da empresa no Brasil com instituições
ligadas à Pesquisa e Desenvolvimento (por exemplo, agências
de fomento, organizações públicas e laboratórios
universitários), em especial aquelas localizadas no Estado
de São Paulo.
Figura
2
Centro Rhodia-Universidades de P&D Industrial
|
O Centro
Rhodia-Universidades estará organicamente ligado e localizado
no Centro de Pesquisas de Paulínia-CPP. A aplicação
dos recursos envolvidos nos Projetos será realizada com a
colaboração do Instituto Uniemp, entidade voltada
à promoção da interação universidade-empresa.
O funcionamento do Centro é ilustrado de forma sintética
na Figura 2.
Os
programas e projetos de P&D a serem desenvolvidos no âmbito
do Centro, envolvendo os conhecimentos básicos dos futuros
produtos e processos, serão financiados conjuntamente pela
empresa e por agências de fomento. Os recursos das agências
se destinarão exclusivamente às instituições
de pesquisa, enquanto que a parcela da Rhodia será aplicada
tanto na empresa como nos grupos externos de pesquisas de acordo
com as necessidades de cada programa ou projeto.
As
atividades do Centro, inseridas no esforço de inovação
da Rhodia, envolvem desafios técnico/científicos situados
na fronteira do conhecimento, para cujo enfrentamento é desejável
o concurso de grupos de pesquisa externos de excelência reconhecida
nas respectivas áreas. Inicialmente, a empresa propõe
que sejam definidos programas/projetos englobados em três
grandes temas a saber:
·
Físico-Química de Sistemas Poliméricos
· Novas Tecnologias de Separação
· Prospecção de novos produtos/tecnologias
(ex.: produtos naturais, aplicações da radiação
síncroton, genômica, etc.)
Os
Programas e Projetos de P&D a serem desenvolvidos no âmbito
do Centro, envolvem os conhecimentos básicos dos futuros
produtos e processos, e serão financiados conjuntamente pela
empresa e por agências de fomento. Os recursos das agências
se destinarão exclusivamente às instituições
de pesquisa, enquanto que a parcela da Rhodia será aplicada
tanto na empresa como nos grupos externos de pesquisas de acordo
com as necessidades de cada Programa ou Projeto.
Saul
D'Ávila é professor da Faculdade de Engenharia Química
da Unicamp
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