Energia
e jornalismo científico
Carlos Vogt
A
questão energética é uma questão de destaque na
vida das sociedades contemporâneas.
A
capacidade de produção, de distribuição, de conservação,
de otimização do uso da energia, a diversificação
das fontes energéticas, fontes renováveis de energia, os avanços
da biotecnologia e as tecnologias bio-energéticas com programas inovadores
no Brasil como do álcool, já consolidado, e o do bio-diesel, em
franco desenvolvimento, os problemas ambientais envolvidos em cada uma das soluções
tecnológicas apresentadas, as matrizes que se desenham e redesenham,
o consumo, a capacidade estrutural de atendimento à demanda social e
industrial, as políticas do setor, a energia como produto de exportação,
as grandes, as médias e as pequenas usinas hidrelétricas, a água,
sua abundância e escassez, a alternativa termo-elétrica, a solução
nuclear.
O
Brasil tem, como se sabe, duas usinas nucleares em funcionamento e uma terceira
cuja ativação requer altos investimentos e cujo abandono põe
a perder investimentos também altos que já foram feitos.
A
propalada tecnologia para enriquecimento de urânio, desenvolvida pela
marinha brasileira e a sua possível transferência para o setor
industrial para produção em escala comercialmente competitiva
aguçou a “curiosidade” fiscalizadora dos organismos internacionais
competentes e motivou na imprensa e na opinião pública um interesse
não menos curioso pelo segredo da inovação que as centrífugas
em trabalho zeloso em Resende parecem velar.
Por
tudo e pela dependência, em nível micro e em nível macro,
no atacado e no varejo, de nossas vidas, de seu conforto e qualidade, em relação
à energia é que se pode dizer, em trocadilho, que se trata efetivamente
de um tema quente.
Em
parceria com a CPFL, o Labjor organizou o curso de extensão Energia e
Jornalismo Científico, com duração de 96 horas/aula, durante
16 semanas, de 02 de agosto a 13 de dezembro deste ano.
O curso, oferecido a 30 jornalistas selecionados para o concurso promovido pela
CPFL anualmente, contou com a participação de vários professores
especialistas no tema para as disciplinas técnicas e para as disciplinas
instrumentais e de apoio técnico-conceitual.
Os
resultados, muito positivos pelas avaliações feitas, implicaram
também, como atividade da Oficina de Jornalismo Científico sob
a responsabilidade da professora Graça Caldas, na produção,
por parte dos alunos, de notícias e reportagens sobre o tema, constituindo
um importante material de consulta e frequentação disponível
online na página do Labjor.
Parte
desses textos foi selecionada para integrar este número da revista ComCiência
que, pela terceira vez – a primeira em agosto de 2000 (edição
nº 12 - Energia Nuclear) e a segunda em julho de 2001 (edição
nº 22 - Energia Elétrica) – trata dessa importante questão
tecno-científica, sócio-política e econômico-cultural.
Além dos trabalhos dos jornalistas, nossos alunos, compõem o número,
as notícias, reportagens, entrevistas, resenhas e informações
de nossa equipe e a colaboração especializada dos artigos de pesquisadores
da área que atuaram como professores das disciplinas técnicas
do curso Labjor/CPFL de Jornalismo Científico com foco em Energia.
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