Haja Energia!:
Carlos Vogt

Termelétricas receberão investimentos

Tecnologia pode melhorar transmissão

Mercado atacadista pode levar à especulação

Energia limpa é o novo desafio para a ciência:
Ulisses Capozoli

Energia e meio ambiente:
Gilberto Jannuzzi

A solução para a crise energética do país:
José Luz Silveira

Usinas Nucleares, panorama mundial:
Afonso de Aquino e Martha Vieira

Usinas Nucleares: panorama mundial

Afonso Rodrigues de Aquino e
Martha Marques Ferreira Vieira

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) divulgou no mês de maio o seu relatório anual de avaliação referente ao ano 2000. Consta que estão em operação, em todo o mundo, 438 usinas nucleares, com uma capacidade instalada de 351 GW.

Usina nuclear de Chernobyl

No ano 2000, seis usinas entraram em operação, representando mais 3056 MW, e uma foi fechada, Chernobyl 3. Também foram iniciadas as obras de três novos reatores, dois no Japão e um na China, totalizando 31 usinas em construção.

A energia nuclear é responsável pelo suprimento de 16% da eletricidade consumida no mundo e 83% desta capacidade está concentrada nos países industrializados.

Os dez países com maior produção de energia elétrica em usinas nucleares são: França, 76,4%; Lituânia, 73,7%; Bélgica, 56,8%; República Eslováquia, 53,4%; Ucrânia, 47,3%; Bulgária, 45,0%; Hungria, 42,2%; República da Coréia, 40,7%; Suécia, 39,0%; Suíça, 38,2%. Dezessete países geram em usinas nucleares mais de um quarto do total da energia elétrica que consomem.

Nos Estados Unidos, 20% da eletricidade consumida é gerada em 104 usinas nucleares, capazes de produzir 97.411 MW, enquanto no Japão 53 usinas nucleares, com capacidade instalada de 43.491 MW, são responsáveis por 34% da energia elétrica disponível. Estes dois países juntos respondem por 40% de toda a energia elétrica originada em usinas nucleares.

Usina nuclear de Angra dos Reis. Foto: Bruno Buys

No Brasil, 1,45% do total de energia elétrica disponível é produzido em instalações nucleares. Angra I e Angra II, em conjunto, fornecem 1.855 MW.

A crise energética em que o país se encontra reacendeu a discussão sobre o término de Angra III. O principal argumento usado a favor é que, além de não depender de fatores climáticos para funcionar, 70% dos equipamentos importados se encontram no país, o que torna viável sua conclusão em curto prazo. Também é considerado que o Brasil domina todo o ciclo nuclear, não havendo por isso endividamento em moeda estrangeira para aquisição do seu combustível.

Angra III, uma vez concluída, adicionará 1.350 MW ao sistema elétrico nacional, aumentando em cerca de 2% a oferta, o que representa o dobro da economia de energia obtida com o horário de verão.

Afonso Rodrigues de Aquino e Martha Marques Ferreira Vieira são pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen)

Atualizado em 10/07/2001

http://www.comciencia.br
contato@comciencia.br

© 2001
SBPC/Labjor
Brasil