Usinas
Nucleares: panorama mundial
Afonso
Rodrigues de Aquino e
Martha Marques Ferreira Vieira
A
Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) divulgou
no mês de maio o seu relatório anual de avaliação
referente ao ano 2000. Consta que estão em operação,
em todo o mundo, 438 usinas nucleares, com uma capacidade instalada
de 351 GW.
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Usina
nuclear de Chernobyl
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No
ano 2000, seis usinas entraram em operação, representando
mais 3056 MW, e uma foi fechada, Chernobyl 3. Também foram
iniciadas as obras de três novos reatores, dois no Japão
e um na China, totalizando 31 usinas em construção.
A energia
nuclear é responsável pelo suprimento de 16% da eletricidade
consumida no mundo e 83% desta capacidade está concentrada
nos países industrializados.
Os
dez países com maior produção de energia elétrica
em usinas nucleares são: França, 76,4%; Lituânia,
73,7%; Bélgica, 56,8%; República Eslováquia,
53,4%; Ucrânia, 47,3%; Bulgária, 45,0%; Hungria, 42,2%;
República da Coréia, 40,7%; Suécia, 39,0%;
Suíça, 38,2%. Dezessete países geram em usinas
nucleares mais de um quarto do total da energia elétrica
que consomem.
Nos
Estados Unidos, 20% da eletricidade consumida é gerada em
104 usinas nucleares, capazes de produzir 97.411 MW, enquanto no
Japão 53 usinas nucleares, com capacidade instalada de 43.491
MW, são responsáveis por 34% da energia elétrica
disponível. Estes dois países juntos respondem por
40% de toda a energia elétrica originada em usinas nucleares.
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Usina
nuclear de Angra dos Reis. Foto: Bruno Buys
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No
Brasil, 1,45% do total de energia elétrica disponível
é produzido em instalações nucleares. Angra
I e Angra II, em conjunto, fornecem 1.855 MW.
A crise
energética em que o país se encontra reacendeu a discussão
sobre o término de Angra III. O principal argumento usado
a favor é que, além de não depender de fatores
climáticos para funcionar, 70% dos equipamentos importados
se encontram no país, o que torna viável sua conclusão
em curto prazo. Também é considerado que o Brasil
domina todo o ciclo nuclear, não havendo por isso endividamento
em moeda estrangeira para aquisição do seu combustível.
Angra
III, uma vez concluída, adicionará 1.350 MW ao sistema
elétrico nacional, aumentando em cerca de 2% a oferta, o
que representa o dobro da economia de energia obtida com o horário
de verão.
Afonso
Rodrigues de Aquino e Martha Marques Ferreira Vieira são
pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares
(Ipen)
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