A origem de Campinas 
        A cidade de Campinas foi no passado um importante pólo 
          econômico nacional para a agricultura. Hoje ela é uma das maiores cidades 
          do país e abriga um dos mais importantes e maiores centros industriais 
          do Brasil. 
        A origem da cidade data do início do século XVIII, 
          com as inúmeras incursões dos colonos para o interior do território 
          brasileiro. Os motivos dessas incursões foram vários e diferiam de acordo 
          com a região do país, uma vez que o Brasil apresenta uma enorme faixa 
          litorânea, e praticamente toda a extensão do Rio Grande do Norte ao 
          Rio Grande do Sul já era bastante povoada nessa época, com muitas vilas 
          e intenso comércio e exploração. Essas incursões, chamadas de bandeiras 
          e entradas, tinham por objetivo avançar continente adentro para a conquista 
          e controle de maior quantidade de terras, visando a estabelecer novos 
          pousos e povoados, espaços para a agricultura, além de, principalmente, 
          procurar riquezas minerais, capturar escravos e afastar eventuais espanhóis 
          e outros que pudessem se estabelecer nesse interior. A historiografia 
          inicial de Campinas parece estabelecer alguns consensos e algumas controvérsias 
          entre os vários historiadores que se aventuraram nessa jornada de escrever 
          a história da cidade. 
        A abertura de caminhos do litoral para o sertão de 
          Goiás e Mato Grosso, além de Minas Gerais, proporcionou o surgimento 
          de pequenas povoações entre 1721 e 1730, começou a nascer Campinas, 
          na região que fica entre Jundiaí e Mogi Mirim, conhecida como a "Boca 
          do Sertão". 
        Em viagem a procura de índios para escravizá-los, Bartolomeu 
          Bueno da Silva - o "Anhangüera pai", 
          pois seu filho homônimo tinha o mesmo apelido - descobriu as minas de 
          Goiás em 1682. A trilha, que incluía a região entre Jundiaí e Mogi Mirim, 
          aberta por bandeirantes, foi chamada de "Caminho dos Goiases" (ou "Guaiazes", 
          ou ainda "Guaiases"). Com o tempo, instalou-se ali um pouso que passou 
          a ser chamado de "Campinas do Mato Grosso". O nome "Campinas" se deve 
          a formação de três pequenos descampados (ou "campinhos" ou "campinas") 
          no meio de uma ainda densa Mata Atlântica, hoje restrita a alguns pequenos 
          trechos das serras do litoral.
         Foi na época da chegada de Francisco Barreto Leme 
          juntamente com a sua família e conterrâneos, vindos da região de Taubaté, 
          entre os anos de 1739 e 1744, que, supõe-se, teve início o povoamento 
          efetivo de Campinas. 
        O historiador Teodoro de Souza Campos Jr., por exemplo, 
          diz na coletânea Monografia Histórica do Município de Campinas de 1952 
          que "a fundação de Campinas pode ser considerada um acidente ou, melhor 
          dizendo, um episódio da grande odisséia bandeirante". De "Campinhos 
          de Mato Grosso", passou a se denominar "Bairro de Mato Grosso", e posteriormente, 
          "Campinas de Mato Grosso", segundo o autor.
         Precisar 
          a data e o local de início efetivo do povoamento de Campinas gerou ao 
          longo dos anos algumas controvérsias. Segundo Ricardo Gumbleton Daunt, 
          autor de Campinas - Notícia Histórica de 1871 e de Os Primeiros Tempos 
          de Campinas de 1879, já haveria sítio cultivado, ou seja, posse efetiva 
          e fixa de terreno em Campinas, em 1737. Não existem porém documentos 
          que comprovem a residência fixa de colonos em Campinas nessa data. Esse 
          mesmo argumento é também citado por Campos Jr, em 1952, para endossar 
          as palavras de Daunt, que fez parte, segundo o historiador Celso Maria 
          de Mello Pupo, da "tradição dos historiadores sem documentos", contrários 
          aos que diziam que história só podia ser feita por meio de documentos.
Precisar 
          a data e o local de início efetivo do povoamento de Campinas gerou ao 
          longo dos anos algumas controvérsias. Segundo Ricardo Gumbleton Daunt, 
          autor de Campinas - Notícia Histórica de 1871 e de Os Primeiros Tempos 
          de Campinas de 1879, já haveria sítio cultivado, ou seja, posse efetiva 
          e fixa de terreno em Campinas, em 1737. Não existem porém documentos 
          que comprovem a residência fixa de colonos em Campinas nessa data. Esse 
          mesmo argumento é também citado por Campos Jr, em 1952, para endossar 
          as palavras de Daunt, que fez parte, segundo o historiador Celso Maria 
          de Mello Pupo, da "tradição dos historiadores sem documentos", contrários 
          aos que diziam que história só podia ser feita por meio de documentos. 
          
        A chegada daquele que é considerado o fundador do povoamento, 
          Barreto Leme, à região de Campinas, também é incerta pois, segundo Mello 
          Pupo, além de documentos escassos, o povoamento poderia ser realizado 
          por "representantes" e não pelo próprio Barreto Leme. Mello Pupo contesta 
          ainda a data de 1737 como sendo a da fundação do povoado, pois segundo 
          documentos, o suposto povoador desse sítio, José de Sousa e Siqueira, 
          não residiu em Campinas até 1747, quando aparece um primeiro registro 
          em documento. 
        Para Pupo, a vinda efetiva de sitiantes para Campinas 
          se deu entre os anos de 1745 e 1750, até porque a chegada de Barreto 
          Leme só pode de ser comprovada por documentos a partir de 1744. O historiador 
          também levou em consideração os escritos do Frei Antônio de Pádua, um 
          dos primeiros a vir para a região, que escreveu a "primeira história 
          de Campinas" no Livro do Tombo de 1776, o primeiro da Freguesia de Nossa 
          Senhora da Conceição das Campinas. Pádua teria escrito a história do 
          povoamento depois de muitos anos estabelecido em Campinas e, nessa obra, 
          ele teria se referido às construções iniciais do povoado como datando 
          de uma década antes. 
        Os "Campinhos do Mato Grosso" passaram a freguesia 
          em 14 de julho de 1772. Ainda em maio de 1774, no dia 27, Barreto Leme 
          recebeu do governador da Capitania de São Paulo, o capitão general Morgado 
          de Mateus, que governou de 1765 a 1775, o título de "Fundador, Administrador 
          e Diretor" do núcleo urbano em formação e que seria fundado nessa região.
        Campinas é talvez uma das poucas cidades que tenha 
          um fundador nomeado. O povoado foi fundado no dia 14 de julho de 1774, 
          quando Frei Antônio de Pádua rezou a primeira missa num barracão improvisado, 
          supostamente localizado na Praça Bento Quirino, onde está hoje o túmulo 
          do maestro Carlos Gomes. Antes de 1774, documentos se referiam a Campinas 
          como sendo uma "paragem deserta", onde só existiam alguns sítios, o 
          "cemitério bento" e uma capela. 
        O povoado cresceu e passou para Distrito de Conceição 
          de Campinas em 27 de maio de 1775. Em 4 de novembro de 1797, a freguesia 
          elevou-se à categoria de vila e recebeu o nome de São Carlos. Nessa 
          data, Campinas tornou-se um município independente de Jundiaí. Em 5 
          de fevereiro de 1842, a vila passou à categoria de cidade, sendo então 
          a partir daí chamada oficialmente de Campinas. 
        Os "campinhos" ou "campinas", que geraram o nome da 
          cidade, eram espaços diferenciados em relação à densa mata atlântica 
          que cobria toda a região. Campinas teve, portanto, seu nome gerado por 
          uma característica natural de exceção.