Setor imobiliário de Campinas sempre teve caráter 
          especulativo  
        Em sua pesquisa sobre o Caminho 
          das Minas de Goiás, o arquiteto Antônio da Costa Santos questiona 
          o caráter especulativo da política imobiliária do município de Campinas 
          e a dificuldade de manutenção do patrimônio histórico da cidade. Para 
          verificar suas hipóteses, Santos recorreu à análise da documentação 
          do período, na qual se omite a participação de Morgado 
          de Mateus na história do Brasil, uma vez que a política da lavoura 
          canavieira estava centrada na ocupação de terras. 
        O arquiteto afirma que Campinas teve uma origem fundiária 
          de caráter especulativo e manteve essa vocação durante os ciclos da 
          cana-de-açúcar, do café e da industrialização. Ele afirma ainda que 
          essa característica continua até hoje. Isso é comprovado pelo apagamento 
          do desenho original da cidade e a destruição do patrimônio histórico, 
          segundo Santos. 
        
        Em 1934, foi feito o primeiro plano de melhoramento 
          da zona urbana de Campinas, para abrigar avenidas e a construção de 
          edifícios. Isso acabou por destruir o centro histórico do município 
          que, se preservado, seria importante ponto turístico. Em 1998, a lei 
          de zoneamento urbano da cidade foi alterada, o que permitiu a verticalização 
          dos bairros próximos ao centro. Segundo o arquiteto, fatos recentes 
          da política de urbanização de Campinas reafirmam a idéia de que prevalece 
          no município a política da especulação imobiliária em detrimento da 
          preservação do patrimônio histórico. 
        Inicialmente, o arquiteto pretendia analisar em sua 
          tese de doutorado um conjunto de obras públicas localizadas na região 
          central de Campinas que moldaram a urbanização do município. Mas, por 
          sugestão do orientador, Cândido Malta Campos Filho, Santos decidiu reconstituir 
          o traçado original da cidade, fundada em 1774, e dar prioridade para 
          identificar a localização do município de Campinas na Rota dos Goiases.
        Para entender a tecnologia usada para reconstituir 
          a rota, leia o texto sobre mapeamento por satélite...