Fundação de freguesias era parte da estratégia da
Coroa Portuguesa
De acordo com o arquiteto Antônio da Costa Santos,
autor da tese Compra e venda de terra e água e um tombamento na Primeira
Sesmaria da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Campinas do Mato
Grosso de Jundiaí 1732-1992, que identificou um trecho o Caminho
dos Goiases que passa por Campinas, essa rota foi parte da visão estratégica
de integração territorial desenhada pelos portugueses no século XVIII.
A estrada, aberta em 1725 pelo bandeirante Anhangüera,
serviu como eixo para a fundação de ao menos 19 freguesias, entre elas
as de Campinas, Jundiaí e Mogi Mirim, com o objetivo de ocupar a região.
Tratava-se de uma estratégia político-militar da Coroa Portuguesa para
a definição de fronteiras, que vinham sendo ameaçadas principalmente
pelos espanhóis.
Com a nomeação de D. Luís Antônio de Souza Botelho
e Mourão, o Morgado de Mateus, para interventor
de São Paulo pelo Marquês de Pombal, primeiro-ministro do rei D. José
I, a Coroa procurava consolidar a ocupação da capitania seguindo três
ações táticas: articulação de estradas com a grande bacia hidrográfica
do rio Paraná; fundação de freguesias, vilas e cidades ordenadamente
colocadas no eixo dessas estradas; e incentivo da agricultura de exportação
de cana-de-açúcar.
As estradas que se articulavam com a bacia do rio Paraná
eram a do Viamão e a das Minas de Goiás. Esta última, levava até às
minas de ouro localizadas onde hoje é o estado de Goiás.
Nesse período, em que a Capitania de São Paulo havia
sido anexada à comarca do Rio de Janeiro, a estratégia da Coroa era
incentivar a ocupação da região com ênfase, principalmente, nas atividades
agrícolas exportadoras, em detrimento das atividades extrativistas,
como a extração do pau-brasil e de pedras e metais preciosos.
De lá para cá, cidades como Campinas
cresceram e, com a especulação
imobiliária, a conservação do patrimônio
histórico foi posta em risco...