Historiador da Unicamp considera a tese inovadora 
          
        Para o historiador da Unicamp José 
          Roberto do Amaral Lapa, a tese do arquiteto Antônio da Costa Santos 
          suscitará muitos debates, pois o trabalho, ao usar fontes inéditas, 
          altera a leitura e a concepção que se tinha em relação aos próprios 
          primeiros momentos de esboço de uma vida social no povoado que deu origem 
          a Campinas. 
        A tese merece reconhecimento, afirma o historiador, 
          na medida em que possui elementos e fontes suficientes - textos, documentos 
          e iconografia - para convencer sobre as características da fundação 
          de Campinas. Com base nessa documentação, Santos afirma o caráter estratégico 
          para a Coroa Portuguesa da fundação e do povoamento de freguesias ao 
          longo do Caminho das Minas de Goiás, segundo o historiador da Unicamp. 
          
        A dimensão estratégica da política da Metrópole Portuguesa 
          encontra respaldo, entre outros elementos, na presença castelhana no 
          sul da colônia, o que causava preocupações geopolíticas para o governo 
          português. Morgado de Mateus, o interventor 
          nomeado pela Coroa, procurou realizar uma política de povoamento e multiplicação 
          de aglomerados humanos para fazer frente a uma possível invasão espanhola. 
          Estavam envolvidos aí interesses de ordem administrativa, tributária 
          e de segurança da colônia. No entanto, Lapa afirma que a estratégia 
          da metrópole portuguesa "se soma à espontaneidade do povoador que se 
          fixou na região independentemente da decisão do governo de utilizar 
          aquela paragem". 
        Lapa, que está terminando um estudo da bibliografia 
          sobre a história de Campinas, disse que a literatura existente divide 
          em fases a história da cidade. O trabalho de Santos estaria classificado 
          como pertencente à última fase, ligada à produção de conhecimento científico 
          pela academia. "Existe um tratamento metodológico e teórico que não 
          é característico de outros momentos da produção da história de Campinas", 
          diz o historiador.
        Para saber mais sobre a origem 
          de Campinas...