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Oceano a desvendar
Recursos econômicos
Projeto Revizee
O caso dos Corais
Trabalhando com Bio

Entrevista a
Sérgio Bonecker

Entrevista a Marcelo Medeiros

Conchas de moluscos que ocorrem na região sul. Foto: Nelson Yoneda. Centro de Estudos do Mar - UFPR.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto de um Pogonóforo.
Image courtesy of the University of California Museum of Paleontology Web Site

 

Oceano de espécies a desvendar

A vida surgiu no mar há cerca de 3,5 bilhões de anos e no mar encontramos ainda hoje as formas de vida mais diversificadas e inusitadas. Desde as bactérias às baleias, raros são os grandes grupos de organismos que não têm algum representante marinho. Dentre os animais, por exemplo, dos 33 filos (grandes grupos) reconhecidos, 15 são exclusivamente marinhos, como os equinodermas - grupo das estrelas-do-mar-; 5 são predominantemente marinhos, como o grupo das esponjas ou dos corais e anêmonas; 9 têm boa representatividade no mar; e 3 têm raras espécies marinhas. Em contraste, apenas 11 dos filos são majoritariamente terrestres, sendo apenas um exclusivo.

Em ambientes marinhos, que por serem de acesso mais difícil que os terrestres possuem vastas regiões ainda inexploradas, as surpresas com novas espécies são grandes. No ano de 1900, por exemplo, foram encontrados ao largo da Indonésia alguns animais de águas profundas que não se encaixavam em nenhuma forma zoológica até então conhecida e foi preciso criar um novo filo para abrigar esses organismos: os pogonóforos (veja foto abaixo).

Em 1938, coletou-se acidentalmente nas águas do Oceano Índico, ao largo da África do Sul, o que alguns consideraram o achado zoológico do século: o Celacanto, uma espécie de peixe que se pensava extinto desde a época dos dinossauros, um verdadeiro fóssil vivo.

E ainda mais recentemente, em 1977, ao vasculhar o assoalho submarino, foram descobertos não apenas novos organismos, mas um ecossistema inteiro com características quase alienígenas, vivendo em escuridão quase total (só não podemos dizer total porque vez ou outra faísca uma luz tênue dos animais bioluminescentes), pressão de centenas de atmosferas, vulcanismo intenso, ambiente saturado de compostos de enxofre, jatos d'água sob pressão a 400 graus Celsius circundada por águas geladas. E habitando esses estranhos ambientes das fumarolas submarinas ou fontes hidrotermais, existem estranhíssimos animais sem boca, sem intestino, sem ânus e que, no entanto, podem atingir até 1,5 metro de comprimento, como os pogonóforos vestimentíferos.

E mais impressionante ainda: esse ecossistema funciona independentemente da luz solar. É que, diferentemente do que ocorre em terra firme e na parte iluminada do mar, onde a base da produção biológica está na fotossíntese dos organismos clorofilados, nesses locais profundos, a vida está na dependência direta de certas bactérias que realizam a quimiossíntese, ou seja, são capazes de utilizar os compostos de enxofre de onde obtêm energia e matéria para a síntese biológica e a subsequente manutenção do ecossistema.

Estudos recentes têm revelado evidências de que essas fumarolas submarinas são muito mais freqüentes do que se pensava, inclusive no Atlântico Sul, dando asas à imaginação de que talvez se possa encontrar outros fósseis vivos ou formas de vida organizadas em modelos ainda desconhecidos pela ciência.

Mas não é só isso...

 



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Bibliografia / Créditos

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Campinas, Brasil