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A necessária especialização

Graça Caldas

A nova modalidade do curso de Jornalismo Científico do Labjor/Unicamp, agora em forma de Extensão e modulada em 16 semanas, revela o desdobramento natural da Especialização em Jornalismo Científico, que oferecerá em 2005 sua quarta turma. Da experiência pioneira reunindo jornalistas e cientistas, à atual, de focar o conteúdo em uma área específica e direcionada a jornalistas do mercado, um novo campo se abre para o aprendizado temático, num momento em que o jornalismo científico busca o aprofundamento necessário para a formação qualificada da opinião pública.

O curso de Extensão que inaugura esta nova experiência do Labjor tem a energia como foco. A área de especialização não poderia ter sido mais oportuna, considerando a cobertura crescente da mídia em assuntos que envolvem a matriz energética do país. Durante o curso, os alunos passaram por conteúdos sobre demandas e conservação de energia; energia e meio ambiente; ética, ciência e jornalismo, política, planejamento e regulação; fontes de energia; ciência, tecnologia e sociedade; energia, economia e mercado, fontes de informação em C&T e oficina de jornalismo.

No decorrer dos quatro módulos, de agosto a dezembro, especialistas de diferentes áreas, mas tendo como denominador comum a energia, mostraram para os alunos, profissionais da mídia, novos conceitos, abordagens possíveis sobre a temática e, sobretudo, muita informação. Com certeza, os 30 jornalistas que participaram deste curso, a partir de matérias selecionados em concurso público e fruto de um convênio entre a Unicamp, CPFL e revista Imprensa, ao retornarem a suas coberturas diárias sobre energia, estarão mais preparados para entender a conjuntura do setor e, assim, realizar coberturas mais contextualizadas, oferecendo à opinião pública um novo olhar sobre a questão energética, seja do ponto de vista político, econômico ou social.

Na realização da disciplina Oficina de Jornalismo Científico, que ministrei, com a produção da revista eletrônica Ilumina@ção, se não reflete inteiramente o aprendizado conquistado pelos alunos, certamente deve-se à correria cotidiana do fazer jornalismo diário. A tentativa, no entanto, foi de abordar vários aspectos de uma mesma questão, por meio de diferentes editorias. Seja na perspectiva política, econômica, cultural, educacional ou social, a energia passa a ser entendida como um direito do cidadão, como defende Washington Novaes. Nesse sentido, a proposta editorial de mostrar o contraste existente entre os que ainda vivem em escuridão, ao lado de tecnologias sofisticadas, revela que o programa do atual governo, “Luz para Todos”, representa para alguns a possibilidade de iluminação de caminhos, enquanto para outros, fator de progresso, de desenvolvimento. Cabe, portanto, ao jornalista encontrar o equilíbrio ao divulgar as inovações do setor, a política energética, que certamente envolve diferentes interesses, sem abrir mão de uma perspectiva crítica, analítica, de interesse público.

Graça Caldas é jornalista, professora da Pós-Graduação em Comunicação da UMESP e do Curso de Jornalismo Científico do Labjor/Unicamp.

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Atualizado em 10/12/2004

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