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De
volta às origens
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Falta ciência e tecnologia Mesmo as nações desenvolvidas investem pouco em pesquisa e desenvolvimento no setor de agricultura orgânica, em comparação ao que é gasto em outras setores agrícolas. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) direciona menos do que 0,01% do seu orçamento às pesquisas relacionadas aos alimentos orgânicos, segundo a Food and Agriculture Organization (FAO). Logo, não é de se estranhar que a oferta tecnológica para a produção orgânica seja escassa. Os avanços na área são em boa parte provenientes de iniciativas práticas dos agricultores. Para o produtor e presidente da Associação de Agricultura Orgânica (AAO), Eduardo Ribeiro Machado, a falta de pesquisa é o maior empecilho enfrentado pelos sócios de sua entidade. "Dificilmente uma empresa investe dinheiro na pesquisa de orgânicos", comenta. Sem poder contar com os órgãos de pesquisas privados e governamentais, o produtor tem de aprender sozinho a produzir sem o uso de agrotóxicos, explorando a eficácia dos defensivos naturais. Mas sem prejuízos à qualidade dos alimentos. "Hoje não existe diferença visual entre produtos convencionais e orgânicos, mas a qualidade intrínseca do alimento orgânico é melhor e mais durável", afirma Eduardo Machado. Ele lembra que antes da década de 50 a agricultura era basicamente orgânica. "A Revolução Verde é que incentivou o uso de agentes químicos, cuja idéia principal era: 'a planta dever ser alimentada'. A nossa visão é deixar o solo fértil para planta poder crescer", ressalta. Para isso, os agricultores privilegiam o método de rotação de culturas. A terra deve ser virgem. Caso contrário, nenhum insumo químico pode ter sido nela utilizado por um período de pelo menos dois anos antes do cultivo. A plantação deve buscar a auto-suficiência em nitrogênio pelo uso de leguminosas e inoculações com bactérias fixadoras de nitrogênio, bem como a efetiva reciclagem de materiais orgânicos a partir da incorporação de esterco de animais. Na criação, deve-se respeitar o bem-estar das espécies exploradas. Para isso os animais devem ter acesso ao campo aberto e o abate deve ser feito de forma humanitária, insensibilizando-os antes do sacrifício. As criações devem ainda ser mantidas de uma forma que se reduza a necessidade de medicamentos e de qualquer outra forma de tratamento químico, incluindo estimulantes de crescimento ou aditivos artificiais de alimentação. Sendo tão "politicamente correta", é difícil encontrar quem critique a agricultura orgânica. Ao contrário, as expressões apaixonadas sobre o setor brotam forte em diversas publicações sobre o assunto, como o livro The shopper's guide to organic food (Londres, Fourth State Limited, 1998). Sua autora, Lynda Brown, escreve: "A agricultura orgânica trabalha junto à natureza para produzir uma alimentação saudável e nutritiva de uma forma econômica e de uma maneira que seja benéfica tanto para o homem quanto para o planeta". No entanto, vale fazer algumas ressalvas ... |
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Campinas, Brasil