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De volta às origens
Padrões de qualidade
Cresce o consumo
Ultrapassando fronteiras
Diretrizes para produção
ONGs
Certificação
Falta ciência

Problemas
Química ilusória

A farinha feita de minhocas é um dos principais adubos orgânicos.
Fonte: Ecofertil.

 

 

 

 

 





A AAO é uma das principais instituições de certificação de agricultura orgânica no Brasil, credenciada pelo Banco do Brasil.
Fonte: AAO.

 

 

Produção de orgânicos deve ter padrões de qualidade

A obtenção de um alimento orgânico passa pela geração interna de todos os insumos necessários ao cultivo ou criação. O processo leva em conta a reciclagem máxima dos nutrientes necessários ou oriundos da produção. A terra e o trabalho humano são os insumos principais dessa modalidade agrícola. É claro que não se pode prescindir de sementes e adubos, que devem ser orgânicos e preferencialmente originários da própria fazenda. Em situações de escassez ou em fase de transição da agricultura convencional para ecológica os agricultores podem adquirir tais insumos de outras fazendas orgânicas. Na maioria dos casos, porém, as sementes e as mudas não são orgânicas. Como todos esses fatores são muito "subjetivos", torna-se ainda indispensável que os agricultores de alimentos "bio" procurem ONG's ou outras entidades certificadoras, que atestem a especificidade e a origem dos produtos, a fim de identificá-los para os consumidores .

Organizações de agricultura orgânica em nível mundial indicam que há cerca de 17 mil produtores certificados, sendo 10 mil na Europa, cinco mil nos Estados Unidos e dois mil nos demais países. No Brasil há 1.500 produtores com o atestado de origem ecológica. "Destes, 250 foram certificados pela Associação de Agricultura Orgânica (AAO)", comenta Eduardo Ribeiro Machado, produtor e presidente da AAO.

Para Machado, mesmo um produtor convencional pode obter o selo verde. Mas para isso é necessário que ele passe por um período de adaptação. "Um plantador de café ou laranja que utiliza fertilizantes minerais e inseticidas vai precisar de 18 a 24 meses para ser considerado orgânico", calcula. Por sua vez, uma área que só foi utilizada como pastagem natural, que não tenha recebido nenhum tipo de produto químico nos últimos cinco anos, já terá a primeira safra considerada orgânica pela associação.

Na Fazenda São José, uma relíquia do século passado, com área de 150 hectares e localizada próximo de Itapira (SP), os irmãos Roberto e Eduardo Ribeiro Machado possuem uma produção totalmente orgânica. Roberto, engenheiro agrônomo, explica que adotar o sistema não consiste apenas em substituir insumos químicos por biofertilizantes, mas em definir uma "cadeia de sustentabilidade" que aproveite tudo que é gerado dentro da fazenda para o benefício da mesma.

Sua propriedade está dividida em 10% da área com café, 3% com hortaliças, 20% com cereais, 30% para área de conservação e o restante para pastagem de gado leiteiro. Seu faturamento anual é de R$ 150 mil. O valor é relativamente baixo considerando a extensão da fazenda. Em todo caso, os irmãos já conquistaram distribuidores especializados como Aldeia, Horta & Arte, Solo Vivo e Boa Terra, que avalizam os produtos como orgânicos e posteriormente os encaminham para redes de hipermercados como Pão de Açúcar, Sé e Carrefour. Do total, 40% da produção são destinados aos distribuidores e 60% são comercializados no varejo, com venda em feiras livres de produtores orgânicos.

Esse tipo de feira, especializada em produtos orgânicos, não pára de crescer no país e está atraindo um número expressivo de consumidores...

 

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