Carta
ao leitor A Ciência como fundamento da ação profissional, por Maria Júlia Ferreira Xavier Ribeiro Agricultura familiar e o Programa Fome Zero, por Pedro Antonio Arraes Pereira Turismo Solidário, por Sérgio Fonsêca Guimarães Fome Zero e Nanotecnologia, por Petrus d'Amorim Santa Cruz Oliveira Em
busca de parâmetros para maior consolidação da Comunidade
Científica, por Fábio L. Braghin Carta à ComCiência, por Roque Laraia
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A autoria e a responsabilidade científica por Bernardo Melgaço da Silva A ciência existe para servir ao homem no seu crescimento intelectual e moral. E jamais deverá servir aos interesses escusos e mesquinhos. O espaço da universidade não é o mesmo espaço do lado de fora dela. Quando peretencemos ao meio acadêmico assumimos tacitamente um acordo de compromisso com os valores, critérios e ideais científicos. O ato científico requer responsabilidade e maturidade de quem escolhe esse caminho de produção de conhecimento. Por isso, não se deve misturar o espaço e discurso doxológico com o espaço e discurso epistemológico. E o espaço acadêmico em qualquer parte do mundo segue o critério de responsabilidade e autoria de quem elabora um discurso acadêmico ou teoria. Nesse sentido, não se admite no espaço acadêmico a construção de conhecimento sem a identidade de seu autor. Isso está implícito e é uma lei dentro do meio acadêmico. Assim sendo, não se admite a invisibilidade de quem quer que seja. Em outras palavras, um cientista invisível é um charlatão! A visibilidade dentro do processo de construção do conhecimento científico é uma exigência sine qua non para a legitimidade e legalidade do caminho científico. E é exatamente o desocultamento da realidade que torna esse processo de investigação um caminho respeitado e legitimado pelas sociedades modernas. A função da ciência é desocultar e tornar visível o fenômeno ou processo invisível aos olhos do senso comum. E para tanto todo o processo de descoberta científica precisa ser visível aos olhos da academia - que é quem de fato legitima o caminho percorrido. Nesse sentido, a verdade científica é um processo de transparência que vai desde a escolha do tema até a escolha dos instrumentos de coleta, análise dos dados e construção da linguagem. Logo, sendo a ciência um espaço de transparência e busca da verdade ela não admite o ocultamento intencional de quem se propõe a fazer ciência. E sendo assim a academia se difere do resto da sociedade porque sua finalidade é transformar o duvidoso, ambíguo e aparente em leis e princípios claros, comprováveis e fundamentados. Na medida que, aceitamos a prática de ocultamento das verdades no seio da academia estamos corroborando para uma prática danosa ao processo científico, que em essência é democrático, transparente e visível. Em outras palavras, ao cientista é dada a liberdade de defender qualquer tese desde que seja fundamentada e tenha autoria. E que nessa autoria exista originalidade, ou seja, não seja cópia de uma outra. Assim, devemos banir dentro das universidades as práticas anti-científicas que só confundem e enganam os iniciantes e postulantes a função de cientistas: os alunos. Não cabe, portanto, dentro da universidade se propagar textos ou matérias sem a assinatura de seus autores. Porque o cientista oculto, covarde, medroso e sem escrupulos não é e nunca será um cientista de fato. Até porque existe uma ética acadêmica que é a de tornar visível o conhecimento produzido e permitir a sua constatação, por qualquer outro cientista, do que se diz e do caminho que se fez para se chegar aquela construção de verdade científica. Em síntese, o cientista tem a liberdade de defender qualquer tese, p. ex.: a bondade do demônio, mas para isso terá que se fundamentar e mostrar para a academia o caminho epistemológico que fez. Nada é absoluto e definitivo em ciência. Mas, com certeza, os verdadeiros cientistas odeiam falácias e astúcias enganosas no processo científico. Xô charlatão! * Professor
da Universidade Regional do Cariri - F. (88)9201-9234 |
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Atualizado em 25/09/03 |
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