Carta
ao leitor Agricultura familiar e o Programa Fome Zero, por Pedro Antonio Arraes Pereira Turismo Solidário, por Sérgio Fonsêca Guimarães Fome Zero e Nanotecnologia, por Petrus d'Amorim Santa Cruz Oliveira Em
busca de parâmetros para maior consolidação da Comunidade
Científica, por Fábio L. Braghin Carta à ComCiência, por Roque Laraia
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A Ciência como fundamento da ação profissional por Maria Júlia Ferreira Xavier Ribeiro* A sociedade do conhecimento - termo utilizado por vários especialistas para classificar o atual momento do desenvolvimento humano - pontua, na visão de Edgar Morin, pelo menos quatro grandes desafios: aprender a viver juntos, aprender a conhecer, aprender a fazer e, finalmente, aprender a ser. Diga-se de passagem que os desafios não estão dispostos hierarquicamente ou numa ordem de chamada para enfrentamento. Na realidade estão colocados numa perspectiva de complexidade, ou seja, como dimensões de uma realidade maior, que não separa, mas une, integra, busca as relações necessárias e interdependentes de todos os aspectos da vida humana. É, portanto, com esse enfoque que pretendemos agendar algumas questões sobre o tema Ciência e profissão. Em primeiro lugar, uma rápida caracterização da também chamada era do conhecimento: automação do trabalho, crescimento generalizado na indústria de serviços, redução no tamanho das grandes empresas (concentração x fragmentação), mudança na força de trabalho com crescimento acentuado da participação das mulheres, computadores capazes de compreender a fala, ler textos manuscritos, executar tarefas anteriormente desempenhadas por seres humanos... Tudo isso anuncia uma nova organização social na qual o desenvolvimento de atividades dependerá cada vez mais de tecnologias, de conhecimento e menos de trabalho braçal. Aliás, trabalhar significa, cada vez mais, ser capaz de transferir conhecimentos para distintas situações, bem como saber gerenciar informações. Nessa sociedade, o diploma do curso superior não é mais garantia de emprego; a empregabilidade está relacionada diretamente ao processo de educação continuada: as competências técnicas deverão estar associadas à capacidade de tomar decisões, adaptar-se a novos contextos, capacidade de comunicação oral e escrita, produzir novos conhecimentos e traduzir o conhecimento em informação útil para o desenvolvimento da sociedade. A era do conhecimento demanda mentes questionadoras, criativas que devem ser cultivadas através de uma educação adequada e com conteúdos pertinentes e conseqüentes. Nesse contexto, a proposta da complexidade contempla uma educação emancipadora porque favorece a reflexão do cotidiano, o questionamento e a mudança social. Em segundo lugar, é preciso considerar o lugar do desenvolvimento científico e tecnológico nessa sociedade. A Ciência invadiu nossas vidas; impôs-se como argumento de autoridade para quase tudo que nos cerca; construiu-se como poder, ou melhor, como saber que pode; e estabeleceu-se socialmente como necessidade ainda que paradoxal: de um lado, oferecendo alternativas sustentáveis; de outro, produzindo morte e destruição, do homem e do planeta. Governos, empresas, organizações, a própria sociedade, usufruem de forma diferenciada seus benefícios e retroalimentam suas cadeias interessadas. Nada escapa as suas teias, que modelam de forma dominante as estruturas atuais de produção, estabelecendo novas relações entre homens e máquinas. Em resumo, a apropriação social de C&T impõe-se como fator crítico para o sucesso em qualquer circunstância. Assim, o papel da universidade, nesse contexto, não pode ser apenas o de repassar informações, conceitos, teorias. Ela tem, ao nosso ver, três tarefas urgentes: repensar os modelos reducionistas e lineares de ensino; construir oportunidades de o aluno interligar saberes e, ao mesmo tempo, produzir novos conhecimentos úteis; e estimular a investigação numa perspectiva aberta, flexível, que contemple a incerteza e a contradição, e, ao mesmo tempo, posicione criticamente o indivíduo no mercado. É com esse enfoque que a Universidade de Taubaté (SP) realiza este ano, de 20 a 23 de outubro, a IV Mostra de Pós-graduação e VIII Encontro de Iniciação Científica, aberto a todas as universidades e instituições de ensino e pesquisa do Brasil. As inscrições já estão abertas (www.unitaupgrad.com.br). Fica um convite à participação. * Psicóloga,
Doutora em Psicologia, Pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação
da Universidade de Taubaté. |
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Atualizado em 10/06/03 |
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