Estudar o cinema enquanto "agente da história, documento historiográfico e nova linguagem para o ensino da História" estão entre os objetivos de um dos poucos grupos brasileiros que procuram entender a relação entre cinema e História. A Oficina Cinema-História, localizada na Universidade Federal da Bahia é um núcleo ligado ao departamento de História da universidade, que desenvolve projetos que vão de discussões sobre o tema, realização de eventos - como o que em novembro trouxe Marc Ferro à Bahia, veja notícia -, publicação de uma revista semestral, até a produção de documentários.

A Meia-Noite do Século: esperança socialista e barbárie burocrática no século XX é o título do vídeo já produzido pela equipe da Oficina Cinema-História, sob a direção do historiador Jorge Nóvoa, professor de História da UFBA e coordenador geral da Oficina. No vídeo, são retratados o surgimento e o desenvolvimento do pensamento socialista, a Revolução Russa e a consequente burocratização do Estado soviético.

A revista O Olho da História: revista de História contemporânea, é o periódico editado pela Oficina e tem uma sessão permanente de discussão da relação Cinema-História. Além dessa, há outras sessões compostas por textos que discutem questões das Ciências Humanas de um modo geral. Pertencem ao conselho editorial da revista importantes nomes das Ciências Humanas, como Ricardo Antunes, Francisco Foot Hardman, Victor Leonardi e Marc Ferro. A periodicidade é semestral e parte do conteúdo está disponível na internet.

Entre os projetos que a equipe da Oficina atualmente desenvolve está um "Guia de Vídeos Históricos". Pensado como um obra de orientação a professores de História do ensino fundamental, médio e superior, o guia deverá trazer textos teóricos sobre a relação Cinema-História e uma listagem comentada sobre filmes, disponíveis em vídeo, que poderiam auxiliar em discussões a serem desenvolvidas em sala de aula pelos professores. O objetivo seria incentivar o uso do cinema, não só como fonte para estudos acadêmicos, mas também como fomentador de discussões e questionamentos a serem desenvolvidos em sala de aula. Os filmes, entretanto, não são sugeridos como um substituto de aulas, mas como um instrumento pedagógico.

Um exemplo do que seria este guia já pode ser encontrado no site da oficina, uma filmografia indicada a professores do ensino médio para o trabalho com seus alunos. A filmografia foi desenvolvida pelos pesquisadores Ismar de Oliveira Soares, Antônio Reis Junior e Patrícia Horta Alves e compreende 106 filmes divididos nos tópicos: História da América; História do Brasil Colônia; e História do Brasil Independente.

O uso dos filmes em práticas de ensino de História foi o tema de uma pesquisa junto a professores realizada no âmbito da Oficina...

Atualizado em 10/01/2001

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