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Entrevista com José Fernando Perez

História do projeto
Assessoria internacional
Escolha da Xylella
Parceria com empresas
Experiência com patentes

Entrevistas anteriores

 

Contando a história do Genoma
Entrevista com José Fernando Perez - Diretor Científico da Fapesp

Assessoria internacional

CC: Quando se pensou em trazer uma assessoria internacional?
Perez:
Nas primeiras reuniões isso já ficou claro. Logo se pensou no nome do professor André Goffeau, porque ele havia trabalhado no genoma da levedura, que também teve esse formato de rede. E porque era conhecido do Paulo Arruda e do Márcio Castro, da Esalq/USP, que tinha trabalhado no laboratório dele, na França. Ou seja, havia essa relação pessoal. São interessantes essas relações pessoais. O fato de a comunidade científica ter essa rede de conhecimentos foi importante: tinha gente para ter a idéia, para avaliá-la e para discuti-la.

CC: O professor Goffeau aprovou o projeto?
Perez:
Foi curioso porque nós descobrimos que, dois anos antes, ele havia dado uma palestra no Rio de Janeiro, propondo um projeto de genômica. Na verdade, tratava-se de converter um convertido. Mas ele se entusiasmou e a idéia começou a se consolidar...

CC: Mais tarde incorporou-se também o professor Steve Oliver, não?
Perez:
A vinda dele é fruto de um acaso. Aliás, a história do projeto é pontuada por uma coleção de acasos, o fato de que essa coleção de eventos fortuitos acabou se compondo de forma harmônica demonstra a solidez da proposta. O pessoal do British Council veio à Fapesp, convidado para o lançamento do programa de pequenas empresas. No dia, estava presente o professor Bob Bouchet, da Universidade de Manchester, a quem eu disse que precisava do melhor especialista em genômica da Inglaterra para nos ajudar a avaliar o nosso Programa [Genoma]. Eu estava muito inseguro, porque o Goffeau veio aqui e disse que era bom, mas ele já gostava da idéia antes mesmo da gente; quase achou que a idéia era dele. Então eu achei que precisava de mais solidez, principalmente porque os números começaram a ficar claros. Falou-se em US$15 milhões. Nunca na história da Fapesp tinha havido um projeto tão grande, nem na ciência brasileira. O Bouchet falou então do Steve Oliver. Eu achei que ele nem tinha entendido direito a minha pergunta, porque respondeu "na lata". Mas o Oliver, de fato, tinha sido o coordenador do genoma da levedura na Inglaterra e ainda é o coordenador do genoma funcional da levedura.

CC: Em que ponto estava o projeto, nessa época? Perez: Nós estávamos no mês de junho ou julho. Aí veio o Steve Oliver, reforçou a idéia e começou a nos ajudar nos critérios de escolha do organismo. O tamanho do genoma era uma variável relevante. Além disso, tinha que ser um organismo com importância sócio-econômica grande, para que a pesquisa não se encerrasse com o projeto [de seqüenciamento], mas gerasse interesses posteriores no genoma. E tinha que ter viabilidade técnica. Quando o Oliver foi embora, marcamos uma reunião do grupo em que agregamos o Andrew Simpson. O encontro com ele é fruto deste tipo de atitude que eu tenho: as idéias aparecem e eu as compartilho com todo mundo. Tinha ido almoçar com o Ricardo Brentani, do Instituto Ludwig e falei da idéia do projeto. Ele arregalou os olhos e disse: eu acho a idéia brilhante, vou te mandar duas pessoas interessantes. Uma foi o Simpson, que começou a participar das reuniões e ficou entusiasmadíssimo e a outra é o Joaquim Machado.

   
           
         
     

 

   
     

Atualizado em 12/04/00

   
     

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