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Um
pouco da cultura dos índios Urubu-Kaapor
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Várias imagens presentes nesta edição de Com Ciência foram obtidas pelo teólogo e antropólogo belga Etiénne Samain em suas viagens pela Amazônia. As fotos originais foram gentilmente cedidas por ele para nossa equipe. Samain deu uma entrevista à Revista Com Ciência, da qual provém parte das informações abaixo, e cedeu à nossa equipe um CD com registros de músicas indígenas que recolheu em suas viagens. Etiénne Samain é professor do Programa de Pós-Graduação em Multimeios do Instituto de Artes da Unicamp, onde chegou em agosto de 1984. Conviveu seis meses com os índios Kamayurá, no Alto Xingu (Mato Grosso), em 1977-8, e outros seis meses com os Urubu-Kaapor, na aldeia velha de Gurupiúna, nas cabeceiras do rio Gurupi (Maranhão), em 1981-2. Estes últimos foram visitados também por Darcy Ribeiro em 1949. Suas pesquisas entre os índios concentraram-se na sua mitologia. Os mitos e as fotografias recolhidas entre os Kamayurá resultaram no livro Moroneta Kamayurá: mitos e aspectos da realidade social dos índios Kamayurá (Alto Xingu), de sua autoria, publicado pela editora Lidador (Rio de Janeiro) em 1991. Esta edição de Com Ciência inclui imagens dos Kaapor e de caboclos do Alto Xingu. Os Kaapor são conhecidos pelos belíssimos trabalhos que fazem com as plumagens dos pássaros - criaturas muito valorizadas por eles. Sem escrita, transmitem seus mitos oralmente na sua língua, do tronco Tupi. Samain conta que, quando recolhia mitos entre os Kaapor, os índios se interessaram espontaneamente em gravar suas músicas. Isto resultou em um interessante material fonográfico, registrado no LP duplo Kaapor: cantos e pássaros não morrem, publicado pelo Instituto de Artes da Unicamp. Incluímos no presente texto duas faixas do disco, como exemplos de dois dos principais estilos de músicas dos Kaapor: as "cantigas" e os "cantos de pajés". A primeira,
Soko A
segunda, Waruka Algumas faixas do disco Kaapor: cantos e pássaros não morrem foram usadas na trilha sonora do filme Amélia, de Ana Carolina, lançado neste ano. Por conta dessa trilha, foi feita uma gravação remasterizada em CD (não comercializada). Os arquivos MP3 presentes nesta edição foram retirados desse CD. Todo esse material recolhido por Samain também foi usado para o site premiado Kamayurá e Urubu-Kaapor , feito por Nadia Karasawa, Silvia Lunazzi e Etiénne Samain. O site ganhou o primeiro lugar no concurso da Unesco, 1998 Unesco Web Prize. |
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Atualizado em 10/11/2000 |
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