Resenhas História
das universidades Os
desafios da Educação na América Latina Escritos
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Os
desafios da Educação na América Latina por Liliane Castelões O livro registra as contribuições e os debates ocorridos durante dois dias no Colóquio Internacional América Latina: os desafios da educação, realizado em setembro de 1999, no espaço do Festival do Cinema Latino-americano, em Biarritz (França). Os autores são especialistas latino-americanos e franceses que há alguns anos vêm realizando estudos sobre as questões educacionais no subcontinente. A obra está dividida em três capítulos: os desafios do crescimento dos sistemas de ensino, os desafios da abertura dos sistemas de educação, balanço e perspectivas. Na primeira parte, estão agrupados os textos que analisam o ensino superior na América Latina, seus problemas, a expansão das universidades, as propostas de reformas do ensino e as experiências da avaliação universitária. A leitura proporciona uma visão histórica sobre a implantação da educação superior na América Latina e ressalta o duplo desafio das universidades latino-americanas: o da ampliação de oferta do ensino superior a uma população crescente e o da qualidade. As experiências de organização de universidades em rede, de cooperação interuniversitárias e de intercâmbios bilaterais, tais como, os existentes entre e Brasil e França, através do Capes/Cofecub e Rede Santos Dumont, - relatadas nos artigos que compõem a segunda parte do livro - são consideradas exemplos de como as universidades latino-americanas podem buscar soluções para alguns de seus desafios. Recebem também destaque nesse capítulo do livro, as atividades inovadoras desenvolvidas por alguns dos países da América Latina. Há o relato do processo de surgimento do projeto Escola Cidadã, em que toda a comunidade escolar de Porto Alegre participou da elaboração da Constituinte Escolar; uma avaliação da educação em regiões indígenas da Colômbia, Equador e Bolívia; e análise da educação bilíngüe na Guiana Francesa, com a implantação do programa Mediadores bilíngües. O tema
do ensino superior - sua situação atual e as políticas
propostas pelos organismos internacionais - é abordado detalhadamente
no artigo A educação na América Latina: balanço
e perspectivas. Entre as transformações observadas
nas últimas décadas, o autor destaca: a) A expansão
quantitativa. Durante a metade do século XX, o número
de estudantes matriculados em cursos superiores passou de 270 mil
para oito milhões. O número de professores passou
de 25 mil para mais de 700 mil; Essas características do ensino superior na América Latina, segundo Jorge Brovetto, da Associação de Universidades Grupo Montevidéu, não se originaram de forma espontânea, mas respondem a um conjunto de decisões políticas articuladas entre si e baseadas na idéia de que a educação superior não deve ocupar um espaço de atenção prioritária, em muitos dos países em vias de desenvolvimento, na medida que ainda não se obteve, nos graus fundamental e médio, um acesso geral adequado, nem níveis satisfatórios de qualidade de vida e eqüidade. O autor acentua que, por esse mesmo motivo, favoreceu-se, por um lado, a redução dos gastos públicos no âmbito do ensino superior e, por outro lado, o desenvolvimento de instituições privadas, com o objetivo explícito de adaptar o conjunto do sistema às necessidades mutáveis do mercado de trabalho. Tal política se apoiou em recomendações de organismos financeiros do sistema internacional, principalmente do Banco Mundial. As
políticas propostas e estimuladas pela Unesco, na Conferência
Mundial sobre a Educação Superior, realizada em Paris
em outubro de 1998, são destacadas em contraposição
à concepção atual de ensino superior. Delineando
os desafios e formulando questões, os artigos levam o leitor
a refletir que a busca da solução não é
apenas tarefa dos educadores ou representantes governamentais. Mas
sim de todos os cidadãos latino-americanos.
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