Soluções
para melhorar a produtividade
Os efeitos da transformação genética da cana-de-açúcar têm grande significado
econômico para o Brasil, que lidera a lista dos 80 países produtores,
respondendo por 25% da produção mundial. Em 1998, o país produziu 338.002
mil toneladas métricas de cana, seguido pela Índia (265.000 mil toneladas
métricas) e pela China (85.666 toneladas métricas). No Brasil, a cultura
da cana-de-açúcar associada à sua indústria gera uma renda de US$ 7
bilhões, sendo que US$ 3,2 bilhões são obtidos em vendas para o exterior.
Ao mesmo tempo, o setor gera cerca de 1 milhão de empregos diretos.
Em São Paulo, responsável por 60% da produção nacional,
o agribusiness da cana movimenta R$ 8 bilhões por ano e proporciona
600 mil empregos diretos. São Paulo é, em nível mundial, líder em competitividade
(menor custo de produção) e em exportação de açúcar. A importância econômica
da cana para São Paulo deve crescer muito em função de seu potencial
para a produção de energia renovável.
Entretanto, a produção de açúcar
e de álcool etílico enfrentam problemas por conta das injunções
do mercado. O açúcar cristal, que em março de 1997 era vendido por US$
1,93 a saca de 50 kg, atualmente tem seu valor girando em torno de US$1,00.
Quanto ao álcool combustível, seu preço de produção - mais elevado que
o preço de produção da gasolina - tem feito com que as exportações venham
caindo ano a ano. Em 1998, o Brasil exportou 39.044 toneladas de álcool,
enquanto que há dois anos, exportava 117.275 toneladas. Entre 1994 a
1996, chegamos a mandar para fora quantidades acima de 200.000 toneladas.
Os problemas relacionados à produção da cana-de-açúcar
são praticamente os mesmos de outras culturas: necessidade de água e
fertilizantes; compactação dos solos; concorrência de outras plantas
(chamadas "daninhas" ou "invasoras"); assédio de fungos, bactérias,
insetos e nematóides, que debilitam a cultura. Hoje, tais problemas
são parcialmente resolvidos com a utilização dos defensivos agrícolas,
os famigerados agrotóxicos, que impregnam as plantas com seus compostos
tóxicos, posteriormente ingeridos pelos consumidores. O desenvolvimento
de variedades resistentes a estes males, obtidas pela modificação genética
das plantas, seria uma alternativa aos agrotóxicos.
Diversos centros de pesquisas, tanto no Brasil como
no exterior, há anos geram novas variedades de cana-de-açúcar aptas
a enfrentar estes problemas. Hoje, os ensaios para o desenvolvimento
de uma nova variedade são demorados e limitados a alguns genes que já
são de conhecimento dos pesquisadores. Aos produtores interessa que
estas variedades melhoradas sejam, ao mesmo tempo, mais rentáveis. Porém,
as diversas características relacionadas à produtividade e à resistência
a doenças e pragas são oriundas de uma combinação genética ainda desconhecida.
Neste contexto é que o Projeto
Genoma da Cana tem importância econômica para o Estado e o país,
visto que as técnicas utilizadas são avançadas e algumas desenvolvidas
aqui mesmo no Brasil.
Saiba mais sobre o Projeto
Genoma da Fapesp...