Ação
não governamental é significativa no processo de inclusão
Uma
escola pública de Campinas está tentando firmar uma
parceria com o Comitê para Democratização da
Informática (CDI). Se a parceria der certo, a escola oferecerá
alunos para atuar como monitores-mirins, e em troca, a organização
substituirá os equipamentos de informática da escola,
que já são bastante antigos. Os alunos da Escola Municipal
Sylvia Simões Magro já têm experiência
como monitores do laboratório de informática da própria
escola. Eles orientam seus colegas de todas as séries no
uso do computador.
Os
processadores de texto são os programas mais usados: para
as séries mais avançadas, o Word; e para os alunos
mais novos, o "Escritor", software desenvolvido pelo Laboratório
de Educação e Informática Aplicada (Leia),
da Faculdade de Educação da Unicamp. O "Escritor",
criado como recurso de alfabetização através
do computador, recebeu em 1998, menção honrosa em
concurso do Ministério da Educação. Além
de monitorar os colegas da escola no uso desses programas, os estudantes
também deram um curso para pessoas da comunidade onde fica
a escola, ensinando-as a operar, além do processador de texto,
programas como o Power Point e o Clip Art.
Criado
por um grupo de voluntários em 1999, o CDI de Campinas, no
interior de São Paulo, é uma das 36 representações
regionais de uma Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público que consegue junto à iniciativa
privada a doação de equipamentos como microcomputadores
e impressoras, verbas para registro e legalização
de programas e até mesmo espaço físico para
a instalação de Escolas de Informática para
Cidadania. Em Campinas e região, já são 40
escolas funcionando, com professores que passaram por um processo
de capacitação pedagógica baseado em um projeto
desenvolvido pelo Núcleo de Informática Aplicada à
Educação (Nied), da Unicamp.
Nas
escolas do CDI, instaladas junto a comunidades carentes, a informática
é trabalhada juntamente com temas ligados à cidadania
e a questões de cada região, a partir da discussão
de temas como violência urbana, eleições e Estatuto
da Criança e do Adolescente. Os alunos da Escola Evangelho
Esperança, por exemplo, que fica em Hortolândia, cidade
mais pobre da região metropolitana de Campinas, editam mensalmente
um jornal comunitário, o Jovens em Ação, que
trata, entre outras coisas, das necessidades dos moradores de bairros
próximos à escola, onde o jornal é distribuído
gratuitamente.
Timóteo
Camargo/Comunicativa ACJ |
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Alunos
e monitor (ao centro) da Escola Evangelho Esperança |
A Evangelho
Esperança foi a primeira Escola de Informática para
Cidadania instalada pelo CDI de Campinas. Atualmente, ela já
está formando uma nova geração de educadores.
Diogo Maciel, de 16 anos, por exemplo, enquanto terminava o seu
curso de dois anos e fazia uma capacitação na Fundação
Educar, uma das parceiras do CDI, começou a atuar ainda em
2002 como assistente do professor nas turmas voltadas para iniciantes.
"É muito legal ajudar toda essa criançada que
podia estar à toa na rua, sem aprender nada, a se preparar
para a vida, assim como eu aprendi", diz o adolescente.
Além
da Fundação Educar, que pertence ao grupo DPaschoal
e cedeu a sala onde se instalou a sede do CDI Campinas, também
são parceiros da organização o Tonico's Boteco,
a Câmara de Comércio Americana e o BNDES, que também
colabora com o CDI do Rio de Janeiro.
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