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Freud: a conquista do proibido
Renato Mezan. Ateliê Editorial, 2000.

por Rafael Evangelista

O recente centenário da publicação da obra seminal de Freud, A Interpretação dos Sonhos, livro fundante da psicanálise, foi a ocasião para a reedição de diversos trabalhos discutindo a obra e a vida do autor de um dos mais importantes livros para a busca do entendimento da psique humana.

A reedição de Freud: a conquista do proibido, do psicanalista Renato Mezan, insere-se neste contexto de comemoração/reavaliação da contribuição do livro mais famoso do pai da psicanálise. Publicado pela primeira vez em 1982, o livro de Mezan faz uso do farto material já há algum tempo disponível envolvendo a vida de Freud, entre eles as três mais importantes biografias já escritas de Freud, a de Ernest Jones, a de Peter Gay e a de Emílio Rodrigué. Também faz uso do grande volume de correspondência já publicada de Freud, principalmente a dirigida a seu colega Wilhelm Fliess no período de redação e publicação da Interpretação dos Sonhos.

Guiando-se "por duas perguntas entrelaçadas: por que Freud, e nenhum outro o criador da psicanálise? E em que medida sua vida e sua obra se iluminam uma à outra?", Mezan estrutura a trajetória de vida de Freud a partir de quatro fatos principais: a inserção como judeu na Viena do final do século XIX; o início da carreira como médico, relacionando-a com sua herança positivista; a morte e a influência do pai para a Interpretação dos Sonhos; e o diálogo constante com Jung. Para iluminar estes fatos, Mezan faz uma leitura atenta das obras do fundador da psicanálise.

A partir destes fatos, é a obra de Freud que passa a ser iluminada por sua trajetória de vida. Aprofundando-se mais em conceitos freudianos como pulsão de vida e pulsão de morte, id ego e superego, o autor de Freud: a conquista do proibido, transforma seu livro em uma bela obra de divulgação dos conceitos da psicanálise, cumprindo o que prometeu no primeiro capítulo:

"Talvez o sonho de todo psicanalista seja psicanalisar Freud; mas trata-se de um sonho impossível, cuja elucidação pertence à análise do próprio psicanalista. Contudo, permanece o fato de que, para compreender algo da psicanálise, é preciso retomar a trajetória que conduziu Freud a inventá-la, pois sua auto-análise foi um momento determinante da criação da nova disciplina."(p.22)

Escrito em linguagem de fácil compreensão para o público leigo, o livro de Renato Mezan vai além de uma descrição da vida de Freud. Convida o leitor a uma indiscrição em demasiado louvável: penetrar no inconsciente do pai da psicanálise da psicanálise para melhor entendê-la. Para isso, Mezan mostra ter o consentimento implícito do próprio Freud, que já disse: "a discrição é imcompatível com uma boa exposição [...]. Sem alguma destas ações criminosas, não se pode fazer nada direito". (p. 24)

 

 

           
     
 
   
     
Atualizado em 10/10/00
   
     
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