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Freud: Conflito e Cultura
Michael S. Roth (org.). Jorge Zahar Editor, 2000.

por Rafael Evangelista

Talvez uma das melhores pistas para se entender a polêmica causada nos Estados Unidos pela mostra Freud: Conflito e Cultura esteja contida no livro homônimo que está sendo lançado no Brasil. Organizado e introduzido por Michael S. Roth, que também é o curador da mostra, o livro reúne diversas coletâneas que discutem e refletem sobre a obra, a vida e o legado de Sigmund Freud.

Dividido em quatro seções: Escrevendo e Trabalhando; Interpretação, Sugestão e Ação; Assimilação e Ação; e Heranças Contestadas; o livro abrange uma variedade de textos que vai desde a divertida HQ de Art Spiegelman ("Cracking Jokes: Breve Investigação sobre vários aspectos do humor") até críticas bem marcadas ao pensamento freudiano, como a do psiquiatra, autor de Ouvindo o Prozac, Peter D. Kramer, no artigo "Freud: projeções atuais".

Para cada uma das seções há um pequeno texto introdutório que organiza os artigos. Certamente a última seção, Heranças Contestadas, é a que contém os textos com os comentários mais ácidos ao legado freudiano. Contudo, é a também a que contém as análises mais profundas e teóricas, como o artigo "Um Século de Psicanálise" do filósofo Adolf Grümbaum. Os ataques do feminismo à obra de Freud, provavelmente os mais contundentes e barulhentos de toda a polêmica, são revistos pela psicanalista Muriel Diemen.

Os Estados Unidos foi o país em que as intituições psicanalíticas ganharam maior destaque e Freud penetrou de maneira profunda na cultura popular. Ironicamente, ao mesmo tempo foi o país capaz de produzir as objeções mais sérias à psicanálise freudiana. Dois textos tratam da história do desenvolvimento da psicanálise norte-americana: "A receptividade a Freud nos Estados Unidos", de Edith Kurzweil; e "Psicanálise: a experiência norte-americana", de Robert Coles. O modo como a psicanálise institucionalizou-se nos Estados Unidos parece ser uma das chaves para o entendimento do problema. Os psicanalistas norte-americanos ignoraram as regras da International Psychoanalytic Association (IPA) e restringiram a formação de analistas à classe médica. Além disso, os psicanalistas foram alçados à condição de sábios como em nenhuma outra parte do mundo. "Todos se voltam para nós para tudo", afima o eminente psicanalista Erik Erikson, em artigo de Robert Coles.

Editado nos Estados Unidos em 1998 e lançado agora no Brasil, Freud: Conflito e Cultura é uma publicação que não se limita a ser um mero apêndice à mostra. Tem vida própria e interessa tanto aos conhecedores de Freud como aos interessados nas polêmicas da psicanálise.
 

 

 

           
     
 
   
     
Atualizado em 10/10/00
   
     
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