Resenhas Células-tronco
e o futuro da medicina regenerativa O
mercado humano - Estudo bioético da compra e venda de partes do
corpo |
Células-tronco e o futuro da medicina regenerativa Stem
Cells and the future of regenerative medicine As pesquisas com células-tronco têm sido consideradas essenciais para o desenvolvimento de novos tratamentos para doenças degenerativas, além de possibilitarem um maior conhecimento sobre o desenvolvimento e formação dos tecidos do corpo humano. Essas são algumas das conclusões encontradas em Células-tronco e o futuro da medicina regenerativa (Stem Cells and the future of regenerative medicine), que tem como autores cientistas de cinco comissões que coordenam pesquisas biológicas e biomédicas dos EUA, além do Conselho Nacional e Pesquisa daquele país. O livro é resultado das atividades apresentadas no primeiro workshop sobre células-tronco dos EUA, que reuniu, em junho de 2001, pesquisadores com opiniões contra e a favor da realização de pesquisas com células-tronco. O texto serve como um guia de informações sobre o assunto e ainda apresenta resultados e pré-resultados de pesquisas em andamento no país. A obra aborda separadamente as células-tronco fetais, embrionárias e adultas, dando destaque às duas últimas. As fetais podem gerar células neurais e sanguíneas e têm sido usadas em pesquisas para o tratamento do mal de Parkinson. Porém, elas são raras e difíceis de serem identificadas. As células-tronco embrionárias são obtidas durante a fase da blástula de embrião, até o oitavo dia após a fecundação. Elas podem ser retiradas de embriões fecundados para inseminações artificiais, mas não utilizados. Os estudos apresentados mostraram que as células-tronco embrionárias têm maior potencialidade para se transformar em diferentes tecidos, mas, de acordo com os autores, os resultados ainda são preliminares. As células-tronco adultas hematopoiéticas (que originam as células sangüíneas) têm sido utilizadas em pesquisas sobre leucemia e outros tipos de câncer. Alguns estudos feitos em camundongos também têm levantado a possibilidade dessas células-tronco adultas se transformarem em células cerebrais, de músculos, pele, do sistema digestivo, córnea, retina, fígado e pâncreas. A grande dificuldade para o desenvolvimento de trabalhos com células-tronco adultas é que elas não podem ser cultivadas in vitro (fora do corpo), além disso elas são difíceis de se identificar e de se isolar. O livro aponta as principais barreiras a serem vencidas, tais como as questões éticas, morais e religiosas. Para os autores, essas pesquisas são mais um tema polêmico em discussão na medicina, como aconteceu anteriormente com o DNA, a inseminação artificial e a clonagem. No caso das células-tronco, o foco da polêmica tem sido o uso de células-tronco embrionárias. Mas as pesquisas com células-tronco estão apenas começando e os resultados apresentados são preliminares. Mesmo assim, os autores aprovam e recomendam o desenvolvimento de estudos em humanos, e não somente em cobaias, uma vez que existem diferenças biológicas substanciais, que ainda precisam ser melhor compreendidas, entre o desenvolvimento das células no corpo humano e nos animais utilizados como cobaias. Esses cientistas ressaltam a necessidade de cada país ter uma comissão responsável pela condução de suas pesquisas, além de exercer um monitoramento e acompanhamento desses trabalhos, que deverá se estender inclusive para o período posterior à aplicação de terapias com uso das células-tronco. De acordo com os autores, as células-tronco são passíveis de sofrer rejeição ou até mutação por se tratarem de um tecido estranho ao organismo em que são implantadas. Por isso, é preciso também desenvolver pesquisas que estudem e avaliem esse processo de rejeição o que, inclusive, pode resultar em novas descobertas para a medicina. Os autores advertem que as pesquisas devem ter bases científicas, sejam analisadas por pares e ter os seus resultados divulgados publicamente. Além disso, destacam que os trabalhos devem ser conduzidos, em sua maioria, com fundos públicos para não terem interesses meramente comerciais, como as patentes, o que inviabilizaria os benefícios para um contingente mais amplo. Células-tronco e o futuro da medicina regenerativa estava em vias de publicação quando o presidente norte-americano, George W. Bush, anunciou a liberação, com restrições, de pesquisas com células-tronco embrionárias, com financiamento federal. (leia mais sobre o assunto na ComCiência). O relatório
pode ser obtido gratuitamente, no site da National
Academy Press (NAP) Em versão PDF, em inglês |
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Atualizado em 10/02/04 |
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