http://www.comciencia.br/reportagens/2005/12/14.shtml
Autor: Maria
de Lourdes Patiño Barba | ||||
Os
serviços educativos e de popularização de ciência
nos museus e centros de ciência e tecnologia: Maria de Lourdes Patiño Barba 1. Introdução Cada centro ou museu interativo de ciências formula o próprio rol social que deseja desempenhar; não obstante, no fundamental poderia dizer-se que eles compartilham uma mesma missão genérica e um conjunto de objetivos gerais comuns a todos:
Ainda, a maneira específica com que cada centro busca levar à prática o rol social e os objetivos comuns das instituções de seu gênero, é distinta em cada caso. Uma amostra do interior é o mosaico de enfoques, recursos e programas que constituem os serviços educativos dos diversos museus e centros de ciências. Alguns centros enfatizam a função acadêmica da divulgação científica, outros priorizam a aproximação do público do conhecimiento científico por meio de estratégias lúdicas e atividades participativas; outros até acessoram e prestam serviços tecnológicos às empresas e organizações de seu meio. Um elemento que influi no enfoque que cada centro ou museu confere a seus serviços educativos, reside em como concebe sua própria postura frente ao sistema de educação formal. Alguns centros inclinam-se por adotar um rol complementar e de ressonância ante o setor formal, à maneira do recurso didático apegado aos programas de estudo, oferecendo experiências e recursos que reforçam o oferecido nas aulas. Outros, consideram que seu aporte deve ser subsidiário ao sistema educativo formal; isto é, assumindo tarefas e realizando funções que aquele não pode cumprir cabalmente; como, por exemplo, a divulgação de avanços que levarão anos para se incorporar aos programas e textos de estudo, ou fomentando a cultura científica em setores populacionais que não estão inscritos em escola alguma. Não existe consenso nessa questão. O enfoque específico de cada centro influi nos serviços e programas que oferece para seus públicos. Outro fator determinante é o público-alvo preferencial de cada institução: os centros de ciência geralmente têm um leque de “target” (públicos-alvo) muito amplo, diferentemente dos chamados “museus das crianças”, que direcionam-se primordialmente ao público infantil; por isso, a oferta de serviços e as estratégias de divulgação de ciência e tecnologia, necesariamente, diferirão em seus enfoques, metodologias e até em seu “marketing” social. Em seguida expõe-se a proposta do Explora, quanto a seu trabalho educativo e de popularização da ciência e da tecnologia. 2. O Centro de Ciências Explora Explora é um dos maiores e mais conhecidos centros de ciência mexicanos. Atende, a cada ano, uma média de 260.000 visitantes, dos quais 52% são estudantes em grupos; a maioria deles, da região central do país.
Explora está instalado em um charmoso e grande parque de 25 hectares. Os prédios do centro ocupam pouco mais de 10.000 m² de construção; e incluem seis salas temáticas com 272 exibições, sendo a maioria de tipo interativo; um teatro Imax com a maior tela plana da América Latina, para fazer projeções de filmes educativos de grande formato (32 mm); um auditório para palestras e demostrações de ciências; cinco oficinas para atividades educativas e de divulgação; uma área para exibições temporárias; duas salas para atividades múltiplas; e outros diversos recursos educativos, museísticos e recreativos. O Centro de Ciências Explora é concebido como uma institução de educação não-formal, que utiliza estratégias lúdicas, interativas e participativas para popularizar a ciência e a tecnologia. Em Explora são definidas as seguintes funções educativas básicas: 3. As funções educativas do Explora A seguir se explicam brevemente cada uma delas: Popularização
de ciência e tecnologia: Educação
não formal de C & T: Estímulo
às vocações científicas e técnicas: Criação
de consciência sobre as problemáticas abordadas pela ciência:
Apoio
à operação do sistema educativo formal: Recreação
com enfoque na ciência: Os “target” (públicos-alvo) dos serviços educativos de um centro de ciência e tecnologia são muito variados, e podem chegar a ser muito heterogêneos:
Por essa diversidade, os centros de ciência deverão desenvolver serviços e programas para os seus diferentes destinatários. A pergunta seguinte é: qual e a ciência que se deveria divulgar? No Explora consideramos que os serviços educativos e de popularização devem ter alguns conteúdos básicos de ciências e tecnologia, mas antes de tudo devem estar inspirados pelos avanços científicos e tecnológicos, principalmente deve-se considerar os temas que tenham uma forte pertinência social, por exemplo os grandes temas de saúde (como prevenir-se de aids, diabetes etc.), segurança e qualidade de vida, para proporcionar experiências valiosas que possam ajudar aos usuários do centro a conviver melhor e beneficiar-se da profusão de produtos de ciências e de tecnologia. A constante desses lugares de educação não-formal são, por um lado, as freqüentes mudanças de atividades, temas e conteúdos para poder oferecer uma experiência diferente em cada visita ao centro, também porque ciência e tecnologia avançam velozmente, e o cidadão deste milênio precisa adaptar-se muito rápido às novidades e novos produtos. Outra constante deve ser a diversidade de conteúdos, ter um pouco para todos: para quem gosta de refletir, para quem gosta de jogar, para quem gosta de aprender mais, para quem gosta de surpreender-se com uma nova descoverta de aplicação da tecnologia, para quem sabe muito de ciência e também para quem ainda sabe pouco...
Os modernos centros de ciências são essencialmente coleções de idéias, de conceitos e de princípios científicos para serem compartilhados pelas pessoas. Todos os recursos físicos, programas e atividades enfatizam a participação ativa do visitante; por isso eles têm um caráter prioritariamente interativo, porque procuram propiciar a interdependência e ação recíproca entre as exibições e os usuários destas. Esses centros procuram basear-se em tecnologias modernas, em enfoques lúdicos e dar primazia à experimentação pessoal, porque é a melhor maneira para se aproximar de novos conhecimentos, resgatando a curiosidade pela descoberta do mundo. Nesses espaços, a experiência do visitante deve ser livre, para que cada pessoa siga sua “própria agenda”, de acordo com seu próprio ritmo de aprendizagem, e seus interesses gerais (por exemplo: se gosta mais de matemática, sentir-se-á mais inclinado a interagir com as exibições desse tema e não com as atividades de biologia). Também a experiência da visita pode mudar para uma mesma pessoa, variando de acordo com o objetivo do dia: se veio com os amigos para uma tarde de recreação... Se veio com os filhos para compartilhar aprendizagens num ambiente divertido e não escolarizado... Se veio para conhecer o museu como turista na cidade... Os centros de ciência são uma boa opção para quem deseja aprender de uma maneira leve e divertida, e reencontrar seu espírito pesquisador para conhecer o mundo. São também janelas onde se vislumbram imagens de como é que o mundo poderia ser, em um futuro cada vez mais tecnológico. Maria de Lourdes Patiño Barba é mestre em psicologia e diretora de serviços educacionais do Centro de Ciências Explora. E-mail: lpatino@explora.edu.mx Saiba mais sobre o Centro de Ciências Explora em: www.explora.edu.mx | ||||
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Atualizado em 10/12/2005 | ||||
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