http://www.comciencia.br/reportagens/2005/10/12.shtml
Autor: Gil Felippe | ||
Robôs com Inteligência Artificial Rodrigo de Almeida Siqueira Uma nova modalidade de comunicação está se tornando realidade dentro da Internet. A conversa entre seres humanos e robôs virtuais já é possível através dos recursos da Inteligência Artificial. Programados para conversar sobre os mais diversos assuntos, esses robôs, também conhecidos como chatterbots (chat=conversa, bot=robô feito de software), são na verdade sofisticados programas de computador que conseguem entender e responder coerentemente as frases e perguntas dos usuários como se fossem pessoas em uma sala de bate-papo. Durante milhões de anos de evolução do cérebro humano, a capacidade de comunicação social através da linguagem foi bastante aprimorada e esta é uma característica geralmente não encontrada em máquinas ou computadores. A interface ideal de comunicação entre homem e máquina deveria ser similar à forma de comunicação entre seres humanos, ou seja, através da linguagem natural. A tecnologia já está evoluindo para que logo possamos dizer “Computador, copie para o disquete o texto que acabei de salvar”. Mas podem as máquinas pensar? Esta é a famosa pergunta feita em 1950 por Alan Turing, um dos pais da computação moderna. Turing acreditava que a própria pergunta pode levar a novas definições das palavras “máquina” e “pensar”, propondo também novas definições de inteligência. Ele propôs um experimento chamado “Teste de Turing” onde uma pessoa conversaria escrevendo através de dois terminais com um computador e com um outro humano. Caso esta pessoa não conseguisse, depois de alguns minutos, descobrir qual dos dois interlocutores era a máquina e qual era o humano, então a máquina do outro lado poderia ser considerada como sendo inteligente. O primeiro experimento feito para tentar realizar o “Teste de Turing” foi chamado de Eliza, um programa criado em 1966 pelo pesquisador Joseph Weizenbaum, do MIT, que simulava uma psicóloga virtual usando trechos das frases dos usuários para compor as respostas e estimulava o “paciente” a se aprofundar cada vez mais nos detalhes dos seus problemas. Exemplo de diálogo com a Eliza:
Hoje em dia os robôs evoluíram e conseguem ter recursos como memória, manter contexto durante a conversa, buscar respostas em diversas bases de dados, compreender gírias e abreviações, responder em diversos idiomas e até ficar horas conversando sem repetir as respostas, com dezenas ou centenas de usuários ao mesmo tempo. Ainda existem muitas limitações nas questões relacionadas à Inteligência Artificial. Uma das limitações é o próprio desconhecimento que temos sobre os mecanismos da inteligência natural humana, seja dos processos cerebrais ou dos processos mentais e da consciência. À medida que descobrimos mais sobre os mecanismos humanos de inteligência, mais conseguimos simular e reproduzir seu funcionamento nos computadores. Ainda não se sabe quais são os limites dessa capacidade de simulação, pois o cérebro possui estruturas completamente diferentes e de complexidade muito maior do que os computadores atuais. A maior limitação atual da Inteligência Artificial é não conseguir realizar tarefas que não podem ser expressas por modelos matemáticos ou lógicos, como tarefas que requerem intuição ou capacidade de relacionar informações aparentemente sem conexão. Um dos desafios é fazer com que o computador, que é uma máquina que geralmente entende somente a comandos específicos, possa realmente entender e responder a frases no nosso idioma. E existe o problema que a linguagem humana não é exata como a linguagem da máquina. Por exemplo as perguntas “Qual é o seu nome?” ou “Como você se chama?” são sintaticamente distintas mas possuem o significado idêntico. Este é um dos problemas da lingüística computacional e para resolvê-lo foi preciso criar um processador sintático (que trata da sintaxe das palavras) e um analisador semântico (que trata do significado da frase). Através de uma técnica conhecida como “Processamento de Linguagem Natural”, aliada a uma gigantesca base de conhecimento sobre assuntos do mundo real, os chatterbots atuais podem ser utilizados para entretenimento, suporte online, portais corporativos, jogos, projetos educacionais, culturais, treinamentos, call centers e auxílio no ensino à distância. A aplicação depende apenas do conteúdo criado por redatores e programadores que ensinam o personagem formando a base de conhecimento. Entre os benefícios que um chatterbot proporciona, destacam-se: Baixo
custo com atendentes reais, permitindo que estes possam se concentrar em tarefas
mais produtivas; A navegação torna-se mais excitante, estimulando os visitantes a conhecerem melhor outras áreas do site. Ao tornar a informação mais amigável e acessível, proporciona mais conforto ao internauta. Resultado de 10 anos de desenvolvimento, a empresa brasileira Insite desenvolveu o programa InBot (www.inbot.com.br), que é um dos mais sofisticados para construir atendentes virtuais e já foi utilizado por empresas como Petrobras, TIM e Unilever para criar personagens que conversam através da Internet. Um dos casos de maior sucesso atualmente é o robô chamado Ed, do Conpet, o programa nacional da racionalização do uso dos derivados do petróleo e do gás natural, ligado à Petrobras e ao Ministério de Minas e Energia. Ele foi desenvolvido para conversar sobre assuntos ligados ao meio ambiente, uso racional de energia, derivados de petróleo, gás natural, dicas de economia, qualidade do ar, biocombustíveis, programas educacionais e fontes alternativas de energia. Através do endereço http://www.conpet.gov.br/ed/ é possível conhecer e conversar com o robô. Exemplo de diálogo com o Ed:
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Atualizado em 10/10/2005 | ||
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