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A
Participação Brasileira
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Com desempenho físico 10% acima da média de seus companheiros de treinamento da Nasa, o astronauta brasileiro major Marcos Cesar Pontes (no centro, de macacão azul) esteve presente no 51o IAF |
A bordo da Estação Espacial Internacional (International Space Station, ISS) haverá diversos equipamentos para realização de experimentos científicos e de engenharia. As principais áreas de pesquisa beneficiadas com a estação serão a física, a engenharia de materiais e a química. A biologia molecular também disporá de instalações onde serão realizados experimentos principalmente nas áreas de cristalografia de proteínas e de fisiologia. Estas áreas de pesquisa se beneficiarão da característica única a bordo da estação, que é o estado de microgravidade. Realizar experimentos em ambiente de microgravidade permite aos cientistas isolar a variável gravitacional em seus estudos, fato impossível de ser conseguido na Terra. A equipe de astronautas utilizará equipamentos para a realização de experimentos no ambiente interno e no ambiente externo da estação. Esta estratégia visa sondar os efeitos do ambiente espacial sobre os materiais expostos. Neste ponto insere-se a participação brasileira: o Brasil está encarregado de construir seis dispositivos. O primeiro e até agora único dispositivo em construção no Brasil é o Sistema de Pallete Expresso. Ele consiste de uma plataforma que se conecta externamente à ISS para anexar pequenos experimentos. É usado para expô-los ao ambiente externo da ISS, em pleno espaço. Os efeitos do ambiente espacial sobre materiais e sobre organismos vivos ainda não são completamente conhecidos. No espaço, há muito mais radiação livre do que na Terra, uma vez que a atmosfera terrestre funciona como um filtro para essa radiação. Os experimentos poderão ajudar a esclarecer estes pontos. O ambiente espacial próximo da ISS é também intensamente iluminado pelo sol. O efeito da luz solar sobre equipamentos e ligas metálicas também está sendo investigado. No futuro, com esses dados, poderão ser desenvolvidos novos materiais, mais leves e resistentes, capazes de desempenhar as mesmas funções com menor custo e menor peso. A Agência Espacial Brasileira, que coordena o Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), selecionou a Embraer para a montagem do Pallete. Atualmente a Boeing ajuda a Embraer nesta montagem, oferecendo consultoria e treinando brasileiros. Esta transferência de tecnologia é interessante ao Brasil, na medida em que qualifica o país como capacitado para construir equipamentos espaciais. A participação na construção da ISS funciona também como uma espécie de selo de qualidade na área espacial. Resta saber se o Brasil utilizará a capacitação de forma proveitosa futuramente, gerando divisas e criando novos postos de trabalho para brasileiros no setor de equipamentos espaciais. |
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Atualizado em 21/10/2000 |
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