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A
Internet no Brasil
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A empresa norte-americana NUA fez uma compilação de dados sobre o acesso à Internet em quase todos os países do mundo. Segundo essa compilação, o Brasil ocupa o segundo lugar na América Latina em termos de proporção da população com acesso à Internet, perdendo para o Uruguai com 9%. A taxa brasileira é inferior à média mundial, que, segundo a NUA (dados de novembro de 2000), é de 6,71% (407,1 milhões). Nos Estados Unidos, o país com a maior proporção de pessoas plugadas à Internet, 55,83% da população tem acesso à rede. Para se compreender outros indicadores relevantes da situação da Internet no Brasil, é necessário entender a estrutura básica da rede. A configuração da Internet pode ser compreendida como uma organização de vários níveis. As linhas de conexão com maior fluxo de dados, que ligam os grandes centros de informação, constituem os backbones. A palavra "backbone" significa, do inglês, "espinha dorsal". Se fizermos uma analogia entre a rede da Internet e as ruas de uma cidade, cada backbone corresponderia a um conjunto de avenidas principais, onde o fluxo é mais intenso. A limitação da analogia é que em uma cidade há só uma malha de ruas e avenidas, enquanto na Internet há vários backbones diferentes conectados entre si. O contato entre os diversos backbones é feito através de pontos de conexão chamados Pontos de Troca de Tráfego (PTT). Para se conectar à Internet, o usuário deve estabelecer contato com um backbone através de uma conexão denominada Ponto de Presença, que são grandes centros de informação interligados pelas infovias do backbone. O usuário deve estabelecer acesso, através de um provedor, de preferência com o ponto de presença mais próximo. Na analogia (limitada) com a rede urbana, as infovias que conectam os usuários aos provedores de acesso e estes aos pontos de presença corresponderiam às ruas secundárias. No final do ano 2000 o Brasil possuía 150 provedores de acesso. Nos últimos anos houve uma diminuição sensível no número de provedores (em 1997 eram cerca de 600), seguindo uma tendência mundial de oligopolização dos serviços da Internet. Como ficam os endereços na Internet brasileira? - Mais um pouco da estrutura da Internet pode ser visualizada pela forma dos endereços de e-mails. Por exemplo, o endereço hipotético abece@instituição.gov.br (a explicação vale também para sites, como www.abece.instituição.gov.br), apresenta uma nova hierarquia. A terminação "br" refere-se ao Brasil (na França a terminação é "fr", etc.) e é chamada domínio de primeiro nível. Esse domínio subdivide-se em vários outros, como "gov" (referente a endereços do governo), "edu" (criado no fim de 2000, referente a endereços de instituições educacionais), "com" (endereços comerciais), etc. Cada um desses subdividem-se ainda em vários outros (chamados agora simplesmente de "domínios"), que correspondem cada um a uma instituição. Por exemplo, no site www.mc.gov.br, o "mc" indica Ministério das Comunicações. Já o número de domínios registrados no Brasil, segundo o Registro.br, instituição ligada à Fapesp, é de 380.520 (dados de 4 de março de 2001). Cada computador individual a que se pode ter acesso remotamente através da Internet é denominado "host". O Brasil é o 13º país do mundo em número total de hosts, com 446.444 deles, segundo o Livro Verde do Ministério da Ciência e Tecnologia. Porém, já vimos acima que, apesar dessa colocação, o acesso da população à Internet ainda é muito restrito.
Quanto aos
backbones brasileiros, há no Brasil três tipos de redes Internet:
b) Redes governamentais, que têm a terminação "gov.br"; c) Redes comerciais (terminação "com.br"). A maior estrutura backbone dessa classe é a da Embratel/MCI. Um dos projetos mais importantes para o aperfeiçoamento da Internet no Brasil é a conexão com o Projeto Internet 2, dos Estados Unidos. Trata-se de um projeto norte-americano de incremento da agilidade do tráfego de informações pela rede, inicialmente visando a comunidade acadêmica e de pesquisa. O projeto envolve um consórcio de 180 universidades dos EUA denominado UCAID (University Corporation for Advanced Internet Development), agências de governo e indústrias. Mais tarde, a nova tecnologia deverá ser transferida também para a área comercial. A participação do Brasil no projeto foi formalizada em março de 2000, com a assinatura do Memorandum of Understanding entre a RNP e a UCAID (University Corporation for Advanced Internet Development). Porém, para que essa nova tecnologia funcione, é necessário não só conectar as redes nacionais à Internet 2 norte-americana, mas também implementar aqui as novas tecnologias. Por isso, foi montado um novo backbone de alto desempenho, chamado RNP2, voltado para instituições de pesquisa. O RNP2 começou a ser implantado em julho de 2000 e, no último dia 16 de fevereiro, inaugurou uma conexão com a Internet 2 norte-americana (a nova conexão servirá também para o tráfego normal). Duas outras conexões internacionais de alto desempenho estão planejadas. Uma de 45 Mbps entre o Rio de Janeiro e a Flórida deverá ser oferecida gratuitamente pela Global Crossing, apenas para redes acadêmicas. A conexão será feita diretamente com a Abilene, o maior backbone da Internet 2. Além disso, neste ano deverá ser estabelecida uma conexão com o GEANT, o backbone pan-europeu. Muitas informações básicas sobre a Internet 2 podem ser encontradas no site da RNP2. |
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Atualizado em 10/03/2001 |
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