Por Caren Ruotti
Com a consolidação do PCC (marcado por disputas externas e internas), há progressivamente a instauração de um novo equilíbrio de poder. Esse processo teve como consequência alterações nas formas de gerir as condutas da população carcerária, notadamente pela instituição de um ordenamento específico, com interdições, previsão de punições, mecanismos de diferenciações e exclusões entre os presos.
Observa-se paulatinamente um deslocamento nos mecanismos de resolução de conflitos, não mais instituídos de maneira individualizada ou localizada em decisões pessoalizadas do PCC, mas estabelecida de modo coletivo. Assim, a resolução dos litígios transforma-se em prerrogativa dos membros da organização através do funcionamento dos “debates” ou “tribunais do crime”. Tudo isso gestado às margens do Estado, que tem transferido aos próprios presos a função de gerenciar o cotidiano prisional. Continue lendo Controle social e gestão da violência: decisões sobre a vida ou a morte