Arquivo da tag: Luis Felipe Miguel

Yanis Varoufakis sobre tecnofeudalismo: big techs moldam sistema baseado na extração de trabalho não remunerado

Tradução de Luis Felipe Miguel (UnB), publicada originalmente em 27 de fevereiro de 2025 em Amanhã não existe ainda (que a revista ComCiência recomenda)

Esta entrevista foi publicada em inglês, em 20 de novembro de 2024, no blog da New Left Review e republicada em Savage Minds (Substack). Ex-ministro das Finanças e membro do parlamento grego, Varoufakis é autor de O minotauro global, lançado no Brasil pela Autonomia Literária em 2018. Seu último livro, Technofeudalism (Melville, 2024) ainda não tem edição em português, mas pode ser encontrado em espanhol. A tradução da entrevista é de Luis Felipe Miguel. Agradeço a Jaime César Coelho pela indicação. Continue lendo Yanis Varoufakis sobre tecnofeudalismo: big techs moldam sistema baseado na extração de trabalho não remunerado

Velho Oeste informacional: disputa pela atenção pública tornou-se muito mais selvagem e caótica

Por Luis Felipe Miguel

Atire a primeira pedra quem nunca foi seduzido pela notícia de um barraco entre anônimos, uma baixaria de celebridades, um crime horripilante, um acidente bizarro, uma descoberta científica suspeita, uma façanha de algum animal fofo. No novo ambiente das redes, tudo isso aparece em pé de igualdade com a guerra da Ucrânia, a reforma da Constituição, o colapso climático. Continue lendo Velho Oeste informacional: disputa pela atenção pública tornou-se muito mais selvagem e caótica

Golpes e golpismos no Brasil contemporâneo

Por Luis Felipe Miguel

A vitória eleitoral de Jair Bolsonaro não era prevista em 2016, mas foi o golpe de 2016, desorganizando o jogo político existente e conferindo legitimidade a discursos autoritários e regressistas, que criou as condições para que ela ocorresse. O bolsonarismo é apenas a metástase de um projeto de retração democrática que o precede e o transcende. Continue lendo Golpes e golpismos no Brasil contemporâneo

Democracia: muito além de eleições

Por Luis Felipe Miguel

Nós nos acostumamos a julgar que democracia e eleições caminham sempre juntas. Onde há eleição, haveria democracia; promover a democracia seria expandir o processo eleitoral. Por isso, quando surgem determinados resultados eleitorais, nós quase desanimamos da democracia. Como é possível que tanta gente apoie quem debocha do sofrimento que causa? Democracia e eleições caminham juntas, sim, mas mantêm uma relação tensa e contraditória. Limitar a democracia ao processo eleitoral é desfigurar o ideal democrático – e, ao mesmo tempo, reduzir a qualidade potencial do voto. Continue lendo Democracia: muito além de eleições

Considerações pessoais sobre mídias sociais e eleições

Por Luis Felipe Miguel

A linguagem das redes favorece a direita: surfar no senso comum e nos preconceitos exige menos elaboração e um público menos atento do que um discurso crítico. Mas não há opção. Continue lendo Considerações pessoais sobre mídias sociais e eleições

Sobre as ‘lives’, para ler ouvindo ‘Fala’, dos Secos & Molhados

Ou ouvindo ‘Fala tu que eu tô cansado’, por Jovelina Pérola Negra, composição de Edésio Só

 Por Ricardo Muniz Continue lendo Sobre as ‘lives’, para ler ouvindo ‘Fala’, dos Secos & Molhados

A desdemocratização e seu rastro

Por Luis Felipe Miguel

ilustração de Céllus

Como foi possível a vitória de Bolsonaro, em 2018? Os analistas políticos elencam um bom número de motivos – o veto de setores poderosos ao Partido dos Trabalhadores e à centro-esquerda em geral, as intervenções de força que macularam a legitimidade do pleito (como a prisão do ex-presidente Lula), a massiva campanha de desinformação, o efeito da facada de Juiz de Fora. Ainda assim, é chocante pensar que quase 58 milhões de brasileiros julgaram que o ex-capitão, com tão notória ficha corrida, poderia ocupar a presidência da República. Passados quase dois anos e meio, a pergunta é outra, e ainda mais desafiadora. Como é possível que ele permaneça no cargo? Continue lendo A desdemocratização e seu rastro

A democracia sobrevive ao vírus?

Por Luis Felipe Miguel

Iustração de Cristiano Siqueira instagram @crisvector twitter @crisvector

O mundo que sairá da crise será, como sempre, resultado da luta política. Se de fato valorizamos um ordenamento político democrático, será preciso investir na redução das desigualdades, na ampliação da educação política, na desprivatização do poder de influência e na desmercantilização da vida, sem as quais uma democracia autêntica não pode florescer. São lições que a crise atual parece nos ensinar. Mas, como sempre, uma coisa é o que a história ensina. Outra é o que a humanidade aprende.  Continue lendo A democracia sobrevive ao vírus?