Por Néri de Barros
Guerras são eventos catastróficos. Em decorrência do desenvolvimento tecnológico, as mais terríveis aconteceram no século XX. A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) teve tantos mortos que nunca se saberá seu número exato. Talvez 80 milhões, sendo 50 milhões civis. Entre suas muitas atrocidades se destaca a carnificina do cerco de Stalingrado. A este respeito, a escritora ucraniano-bielorussa, Svetlana Aleksiévitch anota, em A guerra não tem rosto de mulher, um depoimento curioso: “Não me lembro de gatos nem de cachorros na guerra, lembro dos ratos… Nem no pior filme eu vi mostrarem como os ratos saíam da cidade antes do fogo da artilharia. Isso não foi em Stalingrado… Foi ainda perto de Viazma… De manhã, bandos de ratos andavam pela cidade em direção ao campo. Eles farejavam a morte. Eram milhares… Pretos, cinzentos… As pessoas olhavam horrorizadas para esse espetáculo sinistro e se apertavam contra as casas. E exatamente na hora em que os ratos sumiram da nossa vista começou o bombardeio. Os aviões atacaram. No lugar das casas e dos porões só restou uma areia pedregosa.” Continue lendo As baratas de Moscou