Por Larissa Pelúcio
“Elas recebem menos convites para avaliar o trabalho de seus pares. E meninas se veem como menos brilhantes desde os 6 anos”. Editoria de Ciências – El País (1)
A notícia saiu no início de 2017, trazendo dados de duas pesquisas científicas sobre o alijamento de mulheres do campo de investigações acadêmicas. A reportagem é ilustrada pela foto de divulgação do hollywoodiano Estrelas além do tempo. Naquele filme, racismo, sexismo, machismo e conservadorismo político se juntam à alta tecnologia beligerante da Guerra Fria. Nada mais representativo do mundo das ciências. O mundo que tem a razão como seu alicerce. A mesma qualidade que sustenta nossas percepções vulgares sobre o comportamento masculino. Homem => razão => civilização => branquitude => ciência => verdade. Equação que não apareceu nos infindos cálculos das protagonistas do filme, mas que definiu calculadamente o silêncio que se instituiria sobre a participação crucial daquelas mulheres na “corrida espacial”.