Por Vivian Whiteman
Nenhum filme recente foi tão abordado pelo viés da saúde mental quanto Coringa de Todd Phillips. Basta uma busca rápida para encontrar artigos, análises e críticas sobre a obra que rendeu o Oscar de Melhor Ator a Joaquin Phoenix. O interesse pelo roteiro nesse sentido não é difícil de explicar: lances dramáticos ligados aos processos de um Édipo de fato trágico, aparecimento de traços psicóticos, passagem ao ato com requintes específicos, ataques de riso tão incontroláveis quanto inconvenientes, um histórico pessoal de abusos que vai do núcleo familiar mais próximo à conjuntura social. Freud pode não explicar, no que faz muito bem, mas é possível usar alguns de seus conceitos e ideias fundamentais para fazer um tipo específico de questionamento sobre as sequências do filme. Continue lendo A quem interessa manter populações inteiras de Arthur Flecks longe da psicanálise?