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Epigrama*

Carlos Vogt

Só na velhice a mesa fica repleta de ausências.
Chego ao fim, uma corda que aprende seu limite
após arrebentar-se em música.
Creio na cerração das manhãs.
Conforto-me em ser apenas homem. 

Envelheci,
tenho muita infância pela frente[1].

A velhice é um dos temas mais recorrentes na literatura mundial e a passagem do tempo – veículo de sua consecução – motivo de páginas antológicas de lírica tristeza. Continue lendo Epigrama*

A crise brasileira

Por Carlos Vogt

Conversas na crise: depois do futuro foi uma iniciativa do Instituto de Estudos Avançados da Unicamp (IdEA), da TV Cultura e, posteriormente, do UOL. Nasceu, em 2019, como um ciclo de conferências sobre a crise brasileira, organizado pela reitoria da Unicamp e pelo IdEA, com convidados de destaque que refletiram e expuseram seus comentários, análises e interpretações da gravidade da situação econômica, ambiental, política, social e cultural vivida no país, antes mesmo de seu agravamento, em 2020 pela pandemia da Covid-19. Continue lendo A crise brasileira

Menos que 20 extinções por ano: será que o mundo precisa de uma meta única para a biodiversidade?

Editorial da revista Nature publicado em 20 de junho de 2020

É preciso avaliar totalmente uma proposta para uma meta única, simples, equivalente à meta climática de 2°C Continue lendo Menos que 20 extinções por ano: será que o mundo precisa de uma meta única para a biodiversidade?

Futurismos

Por Carlos Vogt

Todas as crises por que passamos passam também por nós com o zumbido feroz de sons e ruídos que desagregam o nosso mundo, interior e exterior, como as matracas despedaçam os ícones da harmonia nos rituais católicos da paixão de Cristo na sexta-feira santa. E como à morte sucede a ressurreição no sábado de Aleluia e a Páscoa celebra o renascimento, as crises, mesmo as piores, tendem a passar e a elas sobrevivemos e com elas aprendemos a continuar a viver, com esperança redobrada. Continue lendo Futurismos

E se…

Por Carlos Vogt e Paulo Markun

Ilustração de Céllus Marcello Monteiro instagram celluscartum twitter @Cllus1 sobre obra de Rene Magritte – O cartão postal (1960)

E se o futuro não mais tiver nada a ver com o futuro com o qual havíamos, pela espera, ainda que sem certeza, nos habituado, também pela esperança? E se se tratar de algo tão novo, inusitado, incomum, que nenhuma âncora encontremos no presente ou no passado que lhe dê algum elo explicativo de causalidade, mesmo que fantasiosa, metafórica, poética? Continue lendo E se…