Nós nos acostumamos a julgar que democracia e eleições caminham sempre juntas. Onde há eleição, haveria democracia; promover a democracia seria expandir o processo eleitoral. Por isso, quando surgem determinados resultados eleitorais, nós quase desanimamos da democracia. Como é possível que tanta gente apoie quem debocha do sofrimento que causa? Democracia e eleições caminham juntas, sim, mas mantêm uma relação tensa e contraditória. Limitar a democracia ao processo eleitoral é desfigurar o ideal democrático – e, ao mesmo tempo, reduzir a qualidade potencial do voto. Continue lendo Democracia: muito além de eleições
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Eleição e tradição
O Brasil que saiu das urnas no primeiro turno das eleições deste ano mostra, na prática, o enraizamento do tradicionalismo em amplas camadas da sociedade e, ao mesmo tempo o seu afloramento político institucional. Continue lendo Eleição e tradição
José Arbex Jr.: ‘Se não entendermos a importância da guerra pelas redes sociais, estamos ferrados’
Para jornalista, grande imprensa contribui há pelo menos uma década para consolidação da ameaça fascista à democracia e “bolsonarismo” em si não existe, sendo expressão circunstancial de um Brasil arcaico, machista e identificado com o legado do escravismo. Continue lendo José Arbex Jr.: ‘Se não entendermos a importância da guerra pelas redes sociais, estamos ferrados’
Os engenheiros do caos e a banalidade do mal
Por Leonardo Pinto de Magalhães Continue lendo Os engenheiros do caos e a banalidade do mal
Um fantasma assombra o mundo. Mas… qual é mesmo sua identidade?
Por Reginaldo C. Moraes
O reino da pós-verdade não é uma consequência de qualquer “determinismo tecnológico” ou o fruto da “explosão da informação” que, supostamente, caracteriza nosso cotidiano, balcanizando e fragmentando a informação, disseminando a crença em tudo e, portanto, em nada. Aquilo que por vezes se tem chamado imprecisamente de “sombra do fascismo” é um filho legítimo do movimento de fim da história, isto é, da caricatura de democracia liberal e de mercado livre que os poderes fáticos do centro do mundo impuseram ao planeta como destino inelutável. É surpreendente que os personagens vocacionados para o sucesso hoje sejam encarnação da “anti-política”? Pode ser um empresário excêntrico e agressivo, pode ser um chefe cripto-hitleriano. A emergência desses tipos é uma descendência legítima da apologia da globalização. A mídia conservadora americana não via Trump como o candidato dos sonhos. Mas não podem rejeitar a paternidade. A imprensa liberal também o recusa, evidentemente. Mas não pode negar que ele é a versão cínica e truculenta daquilo que fazem, elegantemente, os falcões globalistas do Partido Democrata. Continue lendo Um fantasma assombra o mundo. Mas… qual é mesmo sua identidade?