Um século depois da observação do eclipse total do sol em Sobral, fotografado com imagens ampliadas 231 vezes para testar a teoria da relatividade geral, o mundo celebrou um novo teste feito com as tecnologias de ponta do novo século: imagens de altíssima definição feitas por supertelescópios ao redor do globo e isolando a parte relevante com o uso de inteligência artificial. Continue lendo Como Katie Bouman encontrou uma laranja na Lua→
A história da produção e da interpretação dos dados observacionais em 1919 constitui um cenário muito mais complicado do que o encontrado nas narrativas triunfalistas. O primeiro e mais persistente mito sobre a construção da ciência em nossa cultura é o de que os dados experimentais e observacionais constituem base objetiva para o teste e a avaliação das teorias. O segundo, mais novo, é o de que a produção e a interpretação dos dados empíricos são determinadas pelos vieses teóricos, ideológicos ou metafísicos dos cientistas envolvidos. Afirma-se, assim, um lugar-comum oposto ao da objetividade. Ambas são formulações perniciosas e jogam água no moinho da incompreensão sobre o funcionamento da ciência. Estudos posteriores mostraram que a confiança nos resultados de 1919 favoráveis à relatividade geral era justificada.Continue lendo O eclipse de 1919 e as disputas pela ciência→
Fama, reconhecimento no campo científico, financiamento e poder não são coisas que se separam facilmente. E não há como não se enroscar nessa rede quando comemoramos os experimentos em solo brasileiro do eclipse solar de 29 de maio de 1919. Há certamente uma tentativa de transferência de reconhecimento científico, simbólico, entre o grande nome da física do século XX, o Brasil e seus astrônomos.Continue lendo O eclipse de 1919 nos jornais: Einstein, Assis Chateaubriand e os cientistas brasileiros→
Por que essa insistência em anunciar em manchete uma descoberta científica como sendo mais uma prova de que Einstein estava correto? A teoria não precisa de mais provas, ela já é aplicada no cotidiano. Mas há outra insistência, que talvez explique a primeira: por que ainda tem gente que insiste que Einstein estava errado? O eclipse de 1919 não escapa, um século depois. Algumas medidas realizadas à época foram colocadas em dúvida, dando origem à “denúncia” de Richard Moody Jr. sobre a “conspiração” de Sobral e Príncipe. Mas em ciência, resultados importantes são reproduzidos para confirmar ou aparar arestas. E, no caso, foram repetidos inúmeras vezes (em particular durante eclipses em 1922, 1953 e 1973) por grupos diferentes. Confirmando sempre o mesmo resultado.Continue lendo Einstein ainda precisa provar sua inocência?→
Sabine Righetti entrevista Ricardo Ogando, do Observatório Nacional
Experimentos verificam teorias dos cientistas sobre a natureza, a vida humana e o universo. Da mesma forma, a observação do eclipse de Sobral, no Ceará, há cem anos, feita por cientistas brasileiros e estrangeiros, ajudou a comprovar a teoria da relatividade de Albert Einstein. Isso aconteceu por meio da observação do desvio da posição de estrelas próximas ao Sol durante um eclipse solar.
Quem explica isso é o astrônomo Ricardo Ogando, do Observatório Nacional, no Rio de Janeiro, instituição que teve participação na observação de Sobral. De acordo com ele, cientistas brasileiros da área de astronomia têm participado de uma série de novos experimentos para comprovar teorias físicas. Ele próprio trabalha no projeto internacional DES (Dark Energy Survey, Levantamento de Energia Escura, em inglês) pesquisando a chamada energia escura, que compõe, estima-se, cerca de 70% do universo e que é tida como responsável pela expansão acelerada do universo. Continue lendo De olho no céu, astrônomos buscam comprovar teorias→
O centenário da observação do eclipse em Sobral (CE), que contribuiu para a comprovação da teoria da relatividade de Einstein, é explorado na formação educacional do povo cearense, mas são as políticas implementadas nas últimas décadas que determinaram a excelência dos alunos e seu desempenho em olimpíadas do conhecimento