Por Eduarda A. Moreira
Para que se deseje preservar a natureza, é preciso conhecê-la. Essa é a aposta da minissérie documental Os parques nacionais mais fascinantes do mundo, disponível na plataforma Netflix. No decorrer de 5 episódios, cada um com cerca de 50 minutos, são apresentados espaços de conservação espalhados por todo o planeta. As belas imagens da vida selvagem são acompanhadas pela narração do ex-presidente Barack Obama, que traz tom pessoal e sentimental à série.
O primeiro episódio apresenta oito parques nacionais: Loango, vulcões de Ruanda e Tsingy de Baramaha, na África; a ilha japonesa Yakushima; Yellowstone – o primeiro parque nacional do mundo, criado em 1872, nos EUA; Kakadu e a grande barreira de corais na Austrália, além do parque nacional Manuel Antonio, na Costa Rica. O segundo episódio concentra-se na Patagônia Chilena, uma das regiões mais protegidas do mundo, com um total de 24 parques. Os episódios seguintes focam, cada um, em um parque específico: Tsavo (Quênia), Baía de Monterey (EUA) e Gunung Leuser (Indonésia).
O roteiro destaca as características e comportamentos de espécies que vivem nas áreas preservadas, ressaltando a relevância da existência dos parques para a proteção da fauna, flora e dos microrganismos, e a importância desses ecossistemas para a manutenção da vida humana. As mudanças climáticas e a extinção de espécies são mencionadas diversas vezes, e a ampliação de parques nacionais é apresentada como um dos principais caminhos para a preservação dos ecossistemas e mitigação das adversidades.
Os exemplos de interação entre as espécies, seja em florestas tropicais úmidas, regiões áridas ou nos oceanos, deixam explícito que a existência de flores, microrganismos, vermes e pequenos anfíbios é tão importante quando a de árvores e animais de grande porte, como elefantes, rinocerontes, hipopótamos e felinos. Além disso, a produção traz informações muitas vezes desconhecidas do grande público, mas extremamente relevantes, como o fato de que atualmente apenas 15% de terra e 8% dos oceanos estão protegidos – quantidade muito insuficiente.
A mensagem que fica é que ainda é possível recuperar parte do que foi devastado: “Dê uma chance à natureza e ela voltará”, afirma Obama. Para isso, é preciso conhecer e entender a importância das riquezas naturais, e seu papel essencial na absorção de carbono, no desenvolvimento de novos medicamentos, na produção de alimentos e, sobretudo, na existência da humanidade.
Eduarda A. Moreira é doutora em ciências (USP) e cursa especialização em jornalismo científico no Labjor/Unicamp