Expedição empreendida pela coroa portuguesa levou o naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira a explorar parte do centro-norte brasileiro. Além de informações e objetos acerca da fauna, flora e vida nativa no território, o estudo dessas movimentações também revela um panorama das históricas dificuldades e infortúnios de se divulgar os resultados de investidas científicas no Brasil. Em um campo ainda aberto à investigação, acervo mantido pela Biblioteca Nacional reúne manuscritos e ilustrações de uma expedição que percorreu por quase dez anos tanto o que atualmente se chama de ciências naturais quanto o que veio a se caracterizar posteriormente como ciências humanas, num misto de curiosidade, típica de boa parte dos viajantes, e política, orientada pelos interesses do então domínio lusitano. Continue lendo ‘Viagem filosófica’ do século XVIII ilustra desafio histórico de divulgar ciência no Brasil→
No Brasil, o termo cultura científica contempla a ideia de que a produção e a difusão do conhecimento científico fazem parte de um processo cultural. Esse processo envolve diferentes níveis de complexidade, dependendo da audiência: a comunicação entre os pares nas revistas acadêmicas e nos congressos científicos; a formação de cientistas no ensino superior (graduação e pós-graduação); o ensino de ciência nas escolas; e, por fim, a divulgação da ciência para o público em geral.Continue lendo O que é letramento científico e qual a sua relação com cultura científica, percepção pública da ciência e jornalismo científico→
É necessário nos questionarmos sobre como provocar indivíduos a ver no museu um tipo de conteúdo similar àquele que está́ disponível nos canais de comunicação convencionais. Qual é a medida estética para a apresentação desse conteúdo? As narrativas visuais que envolvem arte e informação correm grande risco de atingir um grupo extremamente reduzido de espectadores, sem perspectiva de expandi-lo. É necessário que, enquanto produtores, estejamos atentos à nossa audiência.Continue lendo Poética da informação. Um estudo do papel da arte na representação da notícia→
Reflexo do nível educacional no país, situado entre os oito com pior desempenho no Índice do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), a divulgação científica brasileira não ocupa o destaque que merece. É o que afirmam divulgadores científicos de diferentes áreas e regiões do Brasil. Uma soma de fatores contribui para o atual cenário, como questões culturais, políticas e midiáticas. Porém, existem projetos e iniciativas para que esse panorama seja revertido.Continue lendo Soluções para divulgação da ciência no Brasil passam por mudanças estruturais→
A mídia e as produções midiáticas não são um reflexo da realidade, transparentes e neutras. Elas veiculam representações do mundo em conteúdos que carregam com eles valores, pontos de vista e interesses e resultam de processos de seleção, de visibilidade e ocultamento, bem como de escolhas formais e de linguagem que, como vimos anteriormente, são mediados por relações de poder. E é para que o contato com essas produções – e, no nosso contexto específico, com a ciência que aparece nessas produções – se dê com a possibilidade de desvelamento dessas relações de poder que a educação para as mídias é imprescindível, favorecendo o olhar crítico não só para a mídia, mas também para a própria ciência.Continue lendo Cultura científica e cultura da mídia: relações possíveis (e necessárias) na prática de divulgação da ciência→
Em pouco tempo, descobrimos que as métricas alternativas não só permitem descobrir novos tipos de impacto que um artigo pode ter, como popularidade, recomendação por especialistas, material de consulta e outros, como estão relacionadas e podem predizer a métrica mais tradicional e valorizada, as citações. Continue lendo Métricas alternativas: uma introdução para autores e avaliadores→
Por Márcia Maria Tait Lima e Paula Carolina Batista
O saber da ciência moderna e todo saber hegemônico naturalizou a dicotomia masculino/feminino assim como outras como mente e corpo, razão e emoção, cultura e biologia, relacionando o feminino ao polo menos prestigiado dessas dicotomias. Assim, a ciência tem produzido e reproduzido, ao longo da história, conhecimentos que não atendem os interesses emancipatórios feministas, de “produzir e disseminar saberes que não sejam apenas sobre ou por mulheres, mas também de relevância para as mulheres e suas (nossas) lutas”.Continue lendo Gênero e raça na interface tecnociência, cultura e política→