Uma breve história (não gloriosa) das Nações Unidas

Por Peter Gowan, publicado originalmente na revista New Left Review nº 24, nov-dez/2003. Versão editada e resumida por Ricardo Muniz, tradução de Amin Simaika

Durante o século XX os líderes norte-americanos lançaram duas vezes ambiciosas instituições de segurança coletiva para solucionar conflitos internacionais. A cada vez, logo depois de lançados, os projetos eram subvertidos ou transformados pelos próprios Estados Unidos. A ideia de Wilson da criação de uma Liga das Nações naufragou com a oposição republicana no Senado. A concepção de Roosevelt das Nações Unidas foi abortada pela administração democrata de seu sucessor. Até 1950, a administração Truman, orientada por Dean Acheson, havia chegado a uma estrutura política bem diferente para gerenciar a política mundial, que não exigia desmantelar as Nações Unidas nem se retirar dela; a entidade mundial e suas agências desempenhavam demasiadas funções úteis aos Estados Unidos para isso. Porém significava reduzi-la a não mais que um papel secundário, como instrumento auxiliar da diplomacia americana. Continue lendo Uma breve história (não gloriosa) das Nações Unidas

Cátedras Unesco e os desafios dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Por Salete Cecilia de Souza

A obra Cátedras Unesco e os desafios dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável,  publicada neste ano, é organizada por Geraldo Caliman, doutor em educação pela Università Pontificia Salesiana de Roma e professor da Universidade Católica de Brasília, onde já atuou também como pró-reitor de pós-graduação e pesquisa e onde ensina no programa de mestrado e doutorado em educação e coordena a cátedra Unesco de Juventude, Educação e Sociedade. Continue lendo Cátedras Unesco e os desafios dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

O eclipse de 1919 e as disputas pela ciência

Por Danilo Albergaria

A história da produção e da interpretação dos dados observacionais em 1919 constitui um cenário muito mais complicado do que o encontrado nas narrativas triunfalistas. O primeiro e mais persistente mito sobre a construção da ciência em nossa cultura é o de que os dados experimentais e observacionais constituem base objetiva para o teste e a avaliação das teorias. O segundo, mais novo, é o de que a produção e a interpretação dos dados empíricos são determinadas pelos vieses teóricos, ideológicos ou metafísicos dos cientistas envolvidos. Afirma-se, assim, um lugar-comum oposto ao da objetividade. Ambas são formulações perniciosas e jogam água no moinho da incompreensão sobre o funcionamento da ciência. Estudos posteriores mostraram que a confiança nos resultados de 1919 favoráveis à relatividade geral era justificada. Continue lendo O eclipse de 1919 e as disputas pela ciência

_revista de jornalismo científico do Labjor