Monstruosidades sociais no portão da escola

Por Rafael Campos Rocha

Todo pai e mãe da escola burguesa comporta-se da mesma forma: ansioso e brutal para estacionar o carro, alienado e moroso para sair da vaga e dar a vez aos outros pais motoristas, tão ansiosos e agressivos quanto ele mesmo, criando um moto-perpétuo de egoísmo, agressão, desespeito e crueldade que só se interrompe com o sinal da escola e será retomado na hora da saída ou no dia seguinte. Continue lendo Monstruosidades sociais no portão da escola

Três mitos sobre a economia brasileira: a quem servem?

Por David Deccache

Este artigo abordará três mitos econômicos recorrentes, descrevendo não apenas os equívocos teóricos que carregam mas também revelando a que interesses servem. Os mitos que discutiremos, nesta ordem, são: (i) o Estado brasileiro quebrou e a austeridade fiscal é a única saída; (ii) os credores irão exigir altas taxas de juros se o Estado não seguir as políticas econômicas que o mercado propõe; (iii) a emissão de moeda gera, necessariamente, inflação.  Continue lendo Três mitos sobre a economia brasileira: a quem servem?

Os falsos protocolos dos espertos de plantão

Por Peter Schulz

A prática de notícias falsas quando não existia a internet, muito menos as redes sociais, é iluminada por dois exemplos que nem sempre são lembrados como deveriam: o tabloide alemão anticomunista Bild Zeitung, criado em 1952, e o tristemente famoso Os protocolos dos sábios do Sião. Continue lendo Os falsos protocolos dos espertos de plantão

Fake news e a introdução de pseudociência na universidade e na mídia ‘séria’

Por Marcelo Takeshi Yamashita

Ilustração de Edu Oliveira

Além de veicular palavras de ordem contra as notícias falsas e o negacionismo é primordial que se faça periodicamente uma autoavaliação da abertura que as instituições públicas e a mídia dão para os conteúdos falsos. Seria, por exemplo, aceitável a introdução da astrologia, do terraplanismo ou do ET de Varginha em uma disciplina na universidade? É possível que a resposta seja sim desde que os temas apareçam no contexto de estudos socioantropológicos, históricos ou psicológicos. Por outro lado, não caberia uma disciplina em um curso de física ou geografia que ensinasse esses assuntos como fatos reconhecidos pela comunidade científica, desinformando abertamente o aluno. Manifestações contra fake news envolvendo os medicamentos ineficazes contra a covid-19, e para enfrentar os discursos negacionistas contrários ao uso de máscaras e outros protocolos de saúde apareceram aos borbotões nas universidades e na grande imprensa. Porém, um olhar mais acurado mostra que, com bastante frequência, o negacionismo inaceitável é somente aquele em que o outro acredita. Para a pseudociência de estimação existe sempre uma “justificativa plausível e sensata”. Continue lendo Fake news e a introdução de pseudociência na universidade e na mídia ‘séria’

_revista de jornalismo científico do Labjor