A transição demográfica e a redução do número de crianças, adolescentes e jovens no Brasil

Por José Eustáquio Diniz Alves

Cenário demográfico deve ser visto de forma positiva, pois, de modo geral, a redução do contingente de pessoas na base da pirâmide favorece a ampliação das matrículas escolares, a melhoria da qualidade do ensino, os cuidados com a saúde e a inserção produtiva no mercado de trabalho. Gerações menores devem facilitar a adaptação às consequências da crise climática e ambiental que vai se agravar nas próximas décadas e séculos. Adolescentes com maiores níveis de escolaridade geram menos filhos, pois, em geral, possuem maior autonomia na decisão reprodutiva. Menores taxas de fecundidade são fundamentais para a redução da pobreza e da fome, assim como favorecem a aprendizagem ao longo da vida e a requalificação profissional, que abrem novas oportunidades no mercado de trabalho, especialmente para as mulheres. Tudo isto contribui para a geração de renda e o bem-estar das pessoas, das famílias e do meio ambiente. Continue lendo A transição demográfica e a redução do número de crianças, adolescentes e jovens no Brasil

Neurodesenvolvimento e adolescência

Por Bruna Bragança, Maria Isabel Chaves Araújo, Suely Mesquita e Leandro Fernandes Malloy-Diniz

Good night, good night! Parting is such sweet sorrow, that I shall say good night till it be morrow. 

Julieta, para Romeu (Cena 2, ato 2).

O trecho mencionado é extraído de uma das obras-primas literárias que delineiam a complexidade da natureza humana, especificamente durante a adolescência: “Romeu e Julieta” de William Shakespeare. Esta fase da vida, marcadamente volátil, tem sido historicamente retratada como um período repleto de paixões intensas, impulsividade e variabilidade emocional. A complexidade da adolescência é amplamente influenciada pela interação entre mecanismos biológicos e fatores ambientais, todos operando sobre um cérebro que ainda está em pleno desenvolvimento. Continue lendo Neurodesenvolvimento e adolescência

Ana Mafalda Leite: ‘A literatura não conhece fronteiras nacionais’

Por Cristina P. Uchôa

“Se isso é evidente em relação à maioria das literaturas de qualquer parte do mundo, mais aplicável ainda se torna no caso de África, onde grande parte das fronteiras nacionais de hoje refletem os conflitos e sonhos imperiais europeus dos séculos XIX e XX” Continue lendo Ana Mafalda Leite: ‘A literatura não conhece fronteiras nacionais’

Traduzir Wole Soyinka

Por Karen de Andrade

Soyinka é iorubá. É um dos escritores mais importantes de todo o continente africano, produzindo suas obras literárias e de crítica desde antes da independência nigeriana, em 1960. O fato d’ele ser conhecido mundialmente e desconhecido no Brasil é bastante intrigante e diz muito sobre o abismo que nos separa da África, de nossa memória enquanto povo e de que forma encaramos  o nosso passado. Continue lendo Traduzir Wole Soyinka

A Ecocrítica e as literaturas africanas de língua portuguesa

Por Jessica Falconi

Numerosos artigos e volumes de ensaios, surgidos e publicados em contextos académicos americanos e ingleses, procuraram estabelecer a genealogia e a periodização do desenvolvimento da Ecocrítica enquanto campo de estudos que analisa as representações literárias do ambiente e das relações entre os seres humanos e a biosfera. Continue lendo A Ecocrítica e as literaturas africanas de língua portuguesa

Tensões entre ficção e história nas Literaturas Africanas

Por Fernanda Gallo

O debate sobre as relações de aproximação e distanciamento entre a escrita ficcional e a escrita histórica aparece, no mínimo, desde o caderno de anotações de Aristóteles intitulado “Poética”e escrito entre os anos 334 a.C. e 330 a.C., no qual o historiador é designado como um relator do que aconteceu e o poeta do que poderia acontecer, segundo a “verosimilhança e a necessidade” vigente naquele presente momento. De todo modo, ao menos até o séc. XVIII – período em que se desenvolveu uma concepção de história enquanto progresso contínuo – o fazer literário e o histórico eram entendidos como práticas narrativas próximas, sendo a disciplinarização da ciência no século XIX (e a delimitação entre o fato e a ficção num contexto de formação dos Estados-nação europeus e da ascensão da burguesia enquanto classe dominante) o marco de separação entre as duas formas de narrar. Continue lendo Tensões entre ficção e história nas Literaturas Africanas

_revista de jornalismo científico do Labjor