Por Carlos Vogt
Si non è vero…
Foi a moda
Mais precisamente a moda
Criada por Eugênia de Montijo,
Esposa de Napoleão III,
Que libertou as mulheres das anáguas engomadas,
As pôs para respirar nas partes baixas
E arejou, com a gaiola de fios de arame,
A liberdade de seus movimentos
De pernas.
A crinolina,
Porque feita primeiro de fios trançados de crina de cavalo,
Passou a ser feita,
Industrialmente,
Depois que a imperatriz,
Em 1854,
Procurou uma fábrica de espetos
Com o desenho da armação
Para que fosse produzida com a leveza dos fios de aço
E com o conforto da eliminação das anáguas.
A fábrica,
Conforme conta Gilda de Mello e Souza no Livro
O espírito das roupas: a moda no século XIX,
Era a Peugeot,
Salva, então, da falência iminente,
Pelo gesto pioneiro da mulher do imperador.
Quando a crinolina caiu,
Com a queda do segundo império,
Foi substituída pelas anquinhas.
A fábrica de espetos diversificou no tempo:
Guarda-chuvas, bicicletas,
depois carros,
Que continuam na moda.