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Editorial
Drones e abelhas
Por Carlos Vogt
10/06/2016
Drone, zangão tecnológico que, do mundo militar, migrou, voando, para o cotidiano das paisagens contemporâneas e para as prateleiras e vitrines de lojas de utilidades domésticas.

 

Uma aeronave não tripulada e dirigida a distância por humanos é um drone e uma “abelhinha”, com menos de 80 mg de peso, também é.

 

Um dispositivo de guerra capaz de despejar foguetes em ataques fulminantes é um drone; um “aeromodelo” munido de câmera para filmar jogos de futebol e outros esportes, ou mapear regiões de difícil acesso, ou condomínios de luxo para planejamento sofisticado de assaltos é também.

 

São drones os que voam para fazer entregas e agilizar o consumo, assim como são drones os que espreitam, espiam e vigiam todos nós, nós aos outros, os outros a nós, nós a nós.

 

Tendemos, cada vez mais, a viver em uma sociedade “dronada”. E para evitar os danos de drones, tecnologias de defesa contra esses novos “insetos” têm sido, cada vez mais, desenvolvidas e postas em operação, sobretudo para evitar colisões em espaços aéreos já frequentados abundantemente pela aviação civil.

 

Mas os bichinhos estão aí, prometendo, em rápida sucessão de gerações tecnológicas, uma capacidade crescente da arte e do ofício de espiar e das condições, em troca, de sermos também espiados, num jogo que, relegado o sério, fixa, emblemático, o humor da página Spy vs Spy, da antiga revista Mad.