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SBPC discute a importância da bioética no cenário da ciência
Por Por Por Por Fernanda Grael, da 67ª Reunião Anual da SBPC, em São Carlos
20/07/2015
O que difere o ser humano de um animal é sua habilidade de questionar, de fazer perguntas para obter respostas, e buscar, nessas, verdades científicas. Esse tem sido o papel dos pesquisadores, pessoas que buscam as verdades científicas para o desenvolvimento da ciência. 

Segundo William Saad Hossne, coordenador do programa de pós-graduação em Bioética, do Centro Universitário São Camilo, de São Paulo, a cada 10 anos dobra o número de cientistas que trazem novos conhecimentos, e estes podem comprometer nossos valores éticos. Assim, para evitar abusos em nome da ciência, surgiu a bioética, tema de uma das conferências realizadas no dia 17 de julho, na 67ª Reunião Anual da SBPC. 

A ética deve estar em tudo o que se faz, inclusive na ciência, mas, para Saad, não se pode temer os desafios éticos das pesquisas, pois quanto mais a ciência se desenvolve, mais desafios surgem. 

A bioética não se encarrega apenas das ciências da vida, é multidisciplinar, e também não envolve apenas cientistas, mas médicos, pacientes e todas as comunidades. Segundo o pesquisador, é uma ética que envolve também as ciências humanas e sociais, constituindo uma forma de integração de diferentes campos. 

Para Saad, é importante separar ética de moral - apesar de existirem correntes de pensamento que não as diferenciem. Para o professor, moral são valores consagrados pela sociedade, pelos usos e costumes, enquanto ética é o juízo crítico sob valores em uma determinada situação, ou a escolha de um valor após análise crítico-reflexiva. A moral, aponta, é relativa, e pode variar de uma sociedade para outra.

Código de ética 

O primeiro código de ética voltado à ciência foi criado somente depois das pesquisas e experiências desumanas que ocorreram nos campos de concentração na 2ª Guerra Mundial. Porém, abusos ainda ocorrem, e disso decorre a grande importância da bioética. E para sua existência, é preciso que haja liberdade de discussão e diálogo, com valores altruístas, de solidariedade, de espiritualidade e vulnerabilidade. “É uma oportunidade para nos aperfeiçoarmos a cada dia”, completa Saad.