Traçar um panorama das obras raras no Brasil não
é uma tarefa fácil. Primeiro, pela grande quantidade de bibliotecas e arquivos
espalhados pelo território nacional. Segundo, pela relevância e consistência do
assunto que desperta inúmeros questionamentos, cujas respostas nem sempre são
óbvias. Questões que passam pelo conceito de obra rara, por exemplo. É uma obra
antiga ou uma obra difícil de ser encontrada? Nem uma coisa, nem outra. Ou,
talvez, as duas. A raridade de uma obra é medida e atribuída de acordo com
critérios bastante específicos que não se limitam à idade ou ao número de
exemplares existentes. Para
responder a esta e a outras questões igualmente pertinentes, a rota desta
reportagem passa por onze instituições nacionais, públicas e privadas, que são:
Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM)
e Biblioteca Mário de Andrade (BMA), de
São Paulo, Biblioteca Central Cesar Lattes da Universidade Estadual de
Campinas (BCCL/Unicamp), Campinas; Biblioteca
Central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (BC/UFRGS), em Porto
Alegre; Biblioteca Pedro Aleixo da Câmara dos Deputados, Brasília; Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Fundação Casa de Rui Barbosa
(FCRB), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Real Gabinete Português de Leitura
(RGPL), todas do Rio de Janeiro; Fundação Joaquim Nabuco
(Fundaj), que fica em Recife; e Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), de Belém.
Os
representantes dessas instituições são unânimes em afirmar que a “raridade” de
uma obra é determinada por um conjunto de fatores. Em geral, sua classificação
é baseada em critérios pré-estabelecidos
pela Fundação Biblioteca Nacional, aos quais são adicionadas peculiaridades e
necessidades locais, isto é, “cada instituição
define como raros títulos considerados fundamentais para a preservação de sua
memória”, esclarece a bibliotecária Matie Nogi, da Biblioteca Pedro
Aleixo.
“Todo
bom livro é raro!”, exclama Ana Virgínia Paz, chefe
da Divisão de Obras Raras da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) e questiona: “Quantos livros conhecemos,
editados recentemente, que seriam importantes o suficiente para compor uma
biblioteca no próximo século?” A autora de Que é livro raro?,
cuja segunda edição vem sendo preparada, associa a definição da raridade de um
livro à intenção de preservá-lo fisicamente para as próximas gerações, sem se
esquecer dos critérios classificatórios já consagrados como antiguidade,
produção artesanal, tiragem reduzida, importância histórica, características
bibliológicas, entre outros.
Apesar
de estar mais vinculado ao objeto “livro”, o conceito “obra rara” não exclui periódicos,
mapas, folhas volantes, cartões-postais e
outros materiais impressos, pondera Rizio Bruno Sant'Ana, coordenador de Obras
Raras e Especiais da Biblioteca Mário de Andrade. O autor do artigo “Critérios para a definição de obras raras”
ressalta que fotografias, manuscritos, gravuras e desenhos por serem peças
únicas e originais, não recebem a mesma denominação apesar de demandarem o
mesmo cuidado em relação à preservação e conservação. Assim, os acervos raros
são aspectos específicos e integrantes de um conjunto maior: as coleções
especiais. Para ver essas imagens em tamanho maior e outras obras das bibliotecas raras brasileiras, clique aqui A Coleção de Obras Raras da Biblioteca Central César Lattes/Unicamp é
composta, principalmente, por exemplares do século XV ao XX que integravam
bibliotecas particulares de intelectuais brasileiros adquiridas por compra
(Sérgio Buarque de Holanda, Alexandre Eulálio, Paulo Duarte, Peter Eisenberg) e
doação (Aristides Cândido de Mello e Souza e José Albertino Rodrigues), desde
1970. Fazem parte do acervo obras de Johannes Nieuhof, Johan Nieuhofs Gedenkweerdige
Brasiliaense... (1682); Jean de Lery, “Histoire d'un voyage fait en la terre du
Bresil... (1585) e Histoire d'un voyage faict en la terre du
Bresil... (1600); Tomás Antônio Gonzaga, Marilia de Dirceo (1792); e de Caspar van Baerle, Casparis
Barlaei Rerum per octennium in Brasilia... (1647). Mas, o destaque
são os três volumes de Delle navigationi
et viaggi, de Giovanni Battista
Ramusio (1554-59).
Segundo Marta do Val
e Tereza de Carvalho, da Diretoria de Coleções Especiais e Obras Raras da
Unicamp, a temática principal da coleção é a Brasiliana (séculos XVI-XIX), presente nas narrativas de viagens,
cujos relatos dedicam-se à geografia, economia, política, religião, população e
aos costumes do período colonial e imperial brasileiros. Em geral, tratam-se de
exemplares esgotados, primeiras edições de editores renomados, além de edições
especiais, clandestinas e de luxo.
Em 1969, a aquisição da
biblioteca particular de Eduardo Secco Eichenberg (bibliófilo e médico) deu
início à coleção de raridades da Biblioteca
Central/UFRGS. Desse
acervo, aproximadamente 10.000 volumes foram considerados raros, formando a Coleção
Eichenberg de Obras Raras. Inaugurado, oficialmente, em 1978, o Departamento de
Obras Raras abriga, em sua maioria, publicações
do século XIX, principalmente edições limitadas, como: Plantes usuelles des brasiliens, de Auguste de Saint-Hilaire (1824)
e Les carottes, de Honoré Daumier
(1844). Há também publicações de outros períodos, como: L'histoire des choses plus memorables advenües..., de Pierre Du
Jarric (1611); Origem da lingua
portuguesa, de Duarte Nuñez de Lião (1606); e uma Coleção de Bíblias, à qual pertence um exemplar alemão ilustrado
por Gustave Doré e considerado um dos seus melhores trabalhos, como afirma Ana Lúcia Rüdiger,
coordenadora do setor.
O
acervo raro da Biblioteca Pedro Aleixo vem sendo formado desde o início das atividades da Biblioteca da Câmara dos Deputados, na
instalação da Assembléia Geral, Constituinte e Legislativa do Império do
Brasil, no dia 17 de abril de 1823. Essa longa existência garantiu-lhe o
acúmulo de uma quantidade significativa de obras, hoje consideradas raras. Em
1971, criou-se uma seção específica para o abrigo de tal coleção que é formada
pelo acervo geral e pela aquisição da coleção particular do ex-deputado e
jornalista Márcio Moreira Alves, explica Matie Nogi, bibliotecária responsável.
As principais raridades do acervo estão registradas em
dois catálogos publicados pela Câmara,
disponíveis na internet. O primeiro volume reúne “200 obras segundo critérios
de antiguidade e valor histórico-social para a construção do pensamento social
brasileiro e o interesse de historiadores, pesquisadores e bibliófilos”.
Enquanto o segundo é composto por “obras que tratam exclusivamente do Brasil,
desde o século XVI até o início do século XX”, como: Directorio, que se deve observar nas
povoaçoens dos indios... (1758) e o Diario da viagem do Dr.
Francisco José de Lacerda e Almeida pelas capitanias... (1841).
Em
1907, iniciou-se
a formação do acervo da Biblioteca Mário de Andrade com a criação da primeira
Biblioteca Pública Municipal de São Paulo que, anos mais tarde, incorporou o
acervo da Biblioteca Pública do Estado. Em 1943, organizou-se a Seção de Obras
Raras. A instituição passou a chamar-se Mário de Andrade em 1960, reunindo
diversas coleções de bibliófilos e pesquisadores, compradas ou doadas, constituindo
coleções que levam o nome do doador: Barão Homem de Mello, Félix Pacheco, Paulo
Prado, Pirajá da Silva, Otto Maria Carpeaux, Antonio de Paula Souza, Paulo Duarte,
entre outros.
É vasto e valioso o acervo raro
da BMA, sendo muitas as obras que merecem destaque. Por exemplo: Vocabulário
na língua brasílica (1628), Códice Costa Matoso (1749); Diabo Coxo (1864-65), de Angelo Agostini
– único exemplar conhecido; Suma Teológica (1477), de Santo
Antonino – publicada por Nicolau Jenson; Bíblia (1492) – em caixa de
jacarandá; Crônica de Nuremberg (1493) – com 1.600 xilogravuras é
considerado o maior livro ilustrado de sua época; História de César (1506), de Suetônio; e a Enciclopédia
Francesa (1754), de
Diderot e D'Alembert – edição original. Também pertencem à coleção
encadernações em pergaminho, couro, latão, seda e com decorações em ouro; além
de importantes obras do século XX, entre as quais estão as primeiras edições
autografadas de Mário de Andrade ou Jorge Amado, exemplifica Rizio Bruno.
A Biblioteca Brasiliana José e Guita
Mindlin, formada por José Mindlin ao longo
de sua vida, iniciou-se a partir de dois acontecimentos. O primeiro, ao
adquirir em um “sebo” os Discursos
sobre a história universal, de Jacques Bossuet (1760), cuja
antiguidade impressionou o menino de apenas treze anos de idade. O segundo, ao
ser presenteado com um exemplar da História
do Brasil, de Frei Vicente do Salvador, que influenciou a formação
de sua biblioteca na temática Brasiliana.
“São muitas as obras raras
(...), versando sobre os mais variados assuntos”, afirma a curadora da Brasiliana
Mindlin, Cristina Antunes. Entre elas estão: Hans Staden – primeira edição ilustrada com xilogravuras sobre os
índios brasileiros; Warhafitige
Historia vnd beschreibung... (1557); Histoire d'un voyage fait en la terre du Bresil, de Jean
de Léry (1578); os Sermoens do P. Antonio Vieira,
(1679-1748); Explicacion de el
cathecismo en lengua guarani, de Nicolas Yapuguay (1724); O Guarany, de José de Alencar
(1857) – primeira edição; Marilia de
Dirceo, de Tomás Antônio Gonzaga (1810) – primeira edição brasileira,
mais rara do que a primeira edição portuguesa (1792); Raça, de Guilherme de Almeida
(1925) – tiragem especial.
Patronos
Criada em 1946, a partir de um
decreto presidencial, a Seção de Livros Raros da Fundação Biblioteca Nacional
(FBN), hoje chamada Divisão de Obras Raras (DOR), foi formada a partir do
acervo geral da biblioteca, seguindo os critérios de raridade e preciosidade. A
maior parte dos livros selecionados é proveniente da Real Bibliotheca
Portuguesa (século XVIII). Tal acervo preenche mais de dois mil metros
lineares de itens em estantes, gavetas e cofres, distribuídos numa área de 520
m², cujo espaço leva o nome de seu patrono e doador da valiosa coleção de
incunábulos – livros impressos nos 50 primeiros anos após a invenção da imprensa
–, edições príncipes, camonianas, além de outros impressos e manuscritos
relativos ao período colonial: Antônio Marques, um bibliófilo fluminense.
Chefe da DOR/FBN, Ana Virgínia, afirma que a divisão é “guardiã de uma coleção múltipla que cresce
ininterruptamente, devido às doações de beneméritos e remanejamentos de outras
áreas do acervo”, possuindo valiosos itens entre os quais se destacam: títulos
impressos (século XV-XVIII) – oriundos de tipografias de todas as nações; a
coleção Brasiliana – livros sobre o
Brasil, impressos ou gravados do século XVI ao XIX, e os livros de autores
brasileiros impressos ou gravados no exterior até 1808; a coleção de
incunábulos brasileiros (século XIX), ou seja, os primeiros livros impressos no
país; exemplares de caráter memorial, por sua importância intelectual e
histórica; exemplares de caráter memorial, pela riqueza dos materiais
utilizados (couro, pergaminho, madeira, papel de trapo e de madeira, seda,
veludo e tafetá).
Segundo Dilza Bastos, chefe do Serviço de Biblioteca da Fundação Casa de Rui Barbosa,
a coleção de obras raras da instituição teve início com a Biblioteca Rui
Barbosa, que “foi constituída pelo próprio ao longo de sua vida, reunindo 23
mil títulos em 37 mil volumes, sobre os mais variados ramos do conhecimento”,
com destaque para as obras jurídicas. Ainda integram o Serviço a Biblioteca
Infanto-juvenil Maria Mazzetti e a Biblioteca São Clemente que, por sua vez,
está em constante desenvolvimento, abrigando diversas coleções particulares
adquiridas, em sua maioria, por meio de doação, além das raridades avulsas
doadas ou compradas pela própria instituição.
Seletiva e rica em obras de referência, a Biblioteca Rui Barbosa
possui várias edições príncipes, primitivas ou originais. Alguns de seus
destaques são: Divina Comédia, de Dante Alighieri (1481) – editado por
Landino; La vie de Notre-Seigneur Jésus Christ, de Tissot (1896-97); e Crônica
de D. João I, de Fernão Lopes (1644) – primeira edição. Além de diversas
outras obras, que deixam “evidente que Rui Barbosa buscava a fonte original em
seus estudos e produção literária”, afirma Bastos. A Seção de Obras Raras A. Overmeer, da Biblioteca de Ciências Biomédicas (Fiocruz), possui em seu acervo – que se estende do século XVII ao XIX – temas relativos às diversas áreas do conhecimento, apesar da ênfase em ciências biológicas, medicina e história natural. Em sua formação, Oswaldo Cruz contou com o apoio do cientista Arthur Neiva que selecionou títulos de história natural e “adquiriu obras consideradas raras ou valiosas, não só por seu conteúdo e valor intrínseco, como por sua antiguidade”, explica Jeorgina Rodrigues, bibliotecária responsável pela seção.
Entre suas raridades, destacam-se: Historia Naturalis Brasiliae, de Willem Piso e Georg Marggraf (1648) – primeiro estudo da medicina tropical; Experimenta circa generation insectorum, de Francesco Redi (1671) – um dos fundadores da biologia experimental; Systema Entomologiae, sistens..., de Johann C. Fabricius (1775); Estudos hematológicos no impaludismo, de Carlos Chagas (1903) – tese; A veiculação microbiana pelas águas, Oswaldo Cruz (1893) – tese. Além de periódicos científicos nacionais e estrangeiros, como: Gazeta Médica da Bahia (1876-1972); Anais da Academia Nacional de Medicina do Rio de Janeiro (desde 1885); Memórias do Instituto Oswaldo Cruz (desde 1909); Annales de Chimie et de Physique (1789-1913); Annalen der Physick (1790-1983); e Proceedings of the Royal Society of London (1800-1969).
O acervo raro da Fundaj foi “constituído, basicamente, por doação”, afirma a bibliotecária Lúcia Gaspar. A maioria das obras é proveniente do extinto Museu do Açúcar, e foram incorporadas ao Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, em 1977. Tal coleção, cujos exemplares mais antigos são do século XVII, é composta de livros, folhetos e periódicos de temas diversos, como: as obras de viajantes (século XIX); os aproximados 2.800 folhetos de cordel; as Séries Brasiliana e Documentos Brasileiros; periódicos nacionais e estrangeiros (século XIX-XX); além do Arquivo Joaquim Nabuco (doado pela família do abolicionista) que recebeu o Certificado de Registro Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo (MOW), da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) (2008). Entre os itens do referido acervo – que possui tiragens reduzidas, primeiras edições, obras esgotadas e exemplares com anotações manuscritas – destacam-se: Medicina Brasiliensi, de Guilielm Pisonis (1648); Castrioto Lusitano, de Frei Raphael de Jesus (1679); O Fazendeiro do Brazil..., de Frei José M. da C. Velloso (1798-1806); English Constitution, de Bagehot (18--?) – exemplar que pertenceu a Joaquim Nabuco, com anotações de próprio punho; Henry George: nacionalização do solo..., de Joaquim Nabuco (1884) – um dos poucos exemplares encontrados para consulta; Memórias da viagem de SS. Magestades Imperiais..., do Imperador do Brasil Pedro II (1862); Travels in Brazil, de Henry Koster (1816); A history of the Brazil..., de James Henderson (1821).
No Pará, as aquisições do zoólogo Emílio Goeldi, as doações de ilustres e a permuta entre o Museu Paraense de História Natural e Ethnographia e instituições nacionais e internacionais formaram o acervo raro da Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna/MPEG. De acordo com Aldeídes Camarinha e Berenice Bacelar – respectivamente, coordenadora do Centro de Informação e Documentação (CID) e curadora da coleção, as áreas da botânica e zoologia são contempladas com importantes estudos sistemáticos e documentos relativos às viagens e explorações científicas e históricas na Amazônia, constituindo-se um acervo expressivo e de referência para estudos clássicos científicos acerca da região.
Entre
os seus 3000 volumes, dos quais 276 são in-fólios, destacam-se: Delle navigationi et viaggi, de Giovanni Battista Ramusio (1554-74); Relation Abrégée d’ um Voyage..., de Charles Marie de La Condamine (1745); Relacion histórica del Viage... e Observaciones Astronômica y Phisicas, de
D. Jorge Juan e D. Antonio de Ulloa (1748); Nouveau recueil de planches coloriées..., de C. J. Temminck (1838); Histoire
naturelle des oiseaux ...; de
George L. L. Buffonde, (1771-86); Monograph of the Ramphastidae or Family of
Toucans, de John Gould (1854) – 51 estampas coloridas; além da publicação
científica do Museu Emílio Goeldi até 1945.
As
raridades do Real Gabinete Português de Leitura foram
reunidas através da compra ou da doação de coleções por particulares, como a de
João do
Rio, exemplifica Vera de Almeida. A obra mais antiga que a instituição possui é De bello civili, de Marco Aneu Lucano (1502). Outros destaques ficam
sob a responsabilidade das duas edições de Os
Lusíadas, de Luiz de Camões (1572 e 1670), respectivamente, a primeira
edição e um exemplar autografado por Gago Coutinho; Ordenações de dom Manuel (1520); Vozes saudosas, da eloqüência... (1736) e Voz sagrada, politica, rhetorica e metrica... (1748), de Padre Antonio Vieira – primeiras edições de
seus sermões; e dos
livros autografados por Euclides da Cunha, Machado de Assis, Joaquim Nabuco,
entre outros.
Certamente outros exemplares
importantes devem figurar distintas bibliotecas brasileiras, mas tomando por
base as que foram consultadas nesta reportagem, é possível ver a variedade dos
acervos brasileiros e a importância que tem sido dada a eles. Esses livros e
documentos atravessaram a história e o mundo até chegarem aqui, e merecem esse
lugar de destaque.
Leia
também a reportagem Conservação,
restauro e espaço
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