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Editorial
Perspectivas para CT&I no Brasil
Por Carlos Vogt
10/05/2016
O panorama atual da ciência, tecnologia e inovação (CT&I) no país, pode, de certo modo, ser dado pela situação político-institucional em que se encontra o seu Marco Legal, sancionado com vetos importantes da presidente, em 11 de janeiro deste ano.

Embora se reconheça, na comunidade científica, ter havido avanços com o que se conseguiu, vários pontos, objeto dos vetos presidenciais, ainda contribuem para o acúmulo de obstáculos estruturais ao desempenho do sistema de CT&I no Brasil, o que pode ser conferido nas duas matérias do Jornal da Ciência, nº 765, de fevereiro de 2016, às páginas 6-7 e 8-9.

Além disso, agrava-se a situação, conjunturalmente, pelo ambiente de crise política, com reflexos determinantes na economia e, por consequência, na dotação orçamentária dos ministérios que se ocupam diretamente com os temas da pesquisa e do ensino superior no país.

Em reportagem publicada no jornal O Estado de S. Paulo, na quarta-feira, dia 13 de abril p.p., à p. A18, lê-se, com apreensão, que o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) sofreu redução de 25% nos recursos disponíveis, enquanto o Ministério da Educação (MEC) perdeu R$ 4,3 bilhões. Consequência imediata: O CNPq suspendeu novos auxílios no exterior e a Capes colocou em análise mais de 7 mil bolsas consideradas “ociosas”.

Este cenário, que a linha fina da reportagem chama adequadamente de “crise”, é o que tem prevalecido no desenho que, desde, pelo menos, 2015, tem, com o eufemismo do “ajuste”, carregado nas tintas do empobrecimento e do comprometimento do, até então, mais completo, dinâmico, eficiente e eficaz sistema de CT&I da América Latina.smart helmets

No passo em que se vai, as perspectivas não são boas e não se vai a lugar nenhum. É preciso, urgente, mudar o passo e retomar a direção da caminhada que nos conduziu até aqui, sob pena de botar tudo a perder!