REVISTA ELETRÔNICA DE JORNALISMO CIENTÍFICO
Dossiê Anteriores Notícias Reportagens Especiais HumorComCiência Quem Somos
Dossiê
Editorial
Cinco flagrantes de liberdade - Carlos Vogt
Reportagens
A liberdade sob as lentes da política
Meghie Rodrigues
A liberdade dos antigos e o vazio ético contemporâneo
Cintia Cavalcanti
Os usos e sentidos da liberdade de expressão na contemporaneidade
Maria Marta Avancini
Liberdade monitorada: a crescente vigilância eletrônica prejudica a privacidade?
Cristiane Kampf
Intervenção estatal, educação e desenvolvimento
Ricardo Manini
Artigos
Liberdade, responsabilidade e o paradoxo da tecnologia
Marcio Acselrad
Teologia da Libertação: uma teologia da periferia e dos excluídos
Marcelo Camurça
A liberdade enquanto dimensão ontológica do homem: compreensão existencialista
Daniela Ribeiro Schneider
Paulo Freire e a pedagogia da libertação
Erlando da Silva Rêses Maria Luiza Pinho Pereira
Liberdade, propriedade e cultura na sociedade informacional
Sergio Amadeu da Silveira
Resenha
Uma trajetória legal da liberdade
Por Ricardo Schinaider de Aguiar
Entrevista
Renato Janine Ribeiro
Entrevistado por Por Marina Gomes
Poema
Acento
Carlos Vogt
Humor
HumorComCiencia
João Garcia
    Versão para impressão       Enviar por email       Compartilhar no Twitter       Compartilhar no Facebook


Editorial
Cinco flagrantes de liberdade
Por Carlos Vogt
10/03/2013

I

Do outro lado da prisão de nós,
a liberdade espanta os pássaros da esperança;
com eles voa e sem pousar nos muros,
no mesmo ar em que deslisa solta
do cansaço de estar só, da solidão descansa.

II

A vontade de ser livre é tão grande e tanta
que a ela afeiçoado sinta-se seu prisioneiro;
por mais que iluda o conforto do abrigo,
que protege e defende de qualquer perigo,
não deixe de partir, pedindo para ficar, nas asas do desejo.

III

Por peso do passado e dívida na balança,
não importa o espaço, o tempo, a variedade,
não é fácil desprender-se da incerteza do futuro
e encontrar perdida, como em palheiro escuro,
a agulha que costura o fio da vida à liberdade
e ata, ponto a ponto, o que se esquece com a lembrança.

IV

Se a liberdade é quase sempre, exclusivamente,
a liberdade de quem discorda de nós, ou não
sendo um fim, mas uma consequência
da verdade que se busca insistente,
chegar a uma é alcançar a outra,
levando em conta a dessemelhança
na igualdade e na diferença da mesma e múltipla opinião.

V

Em seu nome não se cometam os crimes cometidos,
nem se a guarde sufocada no calabouço da eterna vigilância;
não sendo simples situar-se no equilíbrio entre o voo e o pássaro que o transporta,
entre o triunfo do indivíduo e a sociedade que o derrota,
ter da lei que afirma a liberdade e a restringe
a afirmação natural de que se nasce livre para ser livre.