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Livro apresenta estudos sobre variações do português no Brasil


Neste mês de novembro, foi lançado pela editora da Universidade Estadual de Londrina o livro A geolingüística no Brasil: trilhas seguidas, caminhos a percorrer , organizado por Vanderci de Andrade de Aguilera. A obra apresenta diversos mapas e estudos de geolingüística – área do conhecimento responsável pela descrição das falas regionais –, procurando demonstrar a grande variedade da língua portuguesa falada no Brasil. O livro retoma aspectos dos primeiros estudos sobre geolingüistica feitos no Brasil, que datam da década de 60, e reúne novos projetos de atlas e de estudos geolingüísticos, atualizando os dados e mostrando os últimos avanços no campo da geolingüística.

Aguilera ressalta que com o estudo das variações lingüísticas regionais se pretende por a fim preconceitos que existem em relação às variantes populares da língua (transmitidos pelos meios de comunicação, principalmente), demonstrando que a linguagem regional não é errada ou deficiente, mas detém sua especificidade e identidade. Mas segundo ela, acima de tudo, a partir da feitura de estudos e de mapas lingüísticos de regiões previamente delimitadas, o livro pretende servir de incentivo para que novos mapeamentos e pesquisas surjam em regiões em que isso ainda não foi feito, para se poder conhecer, numa maior precisão possível, as mais diversas variações lingüísticas que existem no país, contribuindo para o estudo da variação fonológica e lexical do português falado no Brasil.

Um dos artigos do livro, “Atlas lingüístico do Rio Grande do Norte: um projeto em desenvolvimento”, de Maria de Socorro Silva de Aragão (UFPB) e de Maria das Neves Pereira (UNP), ressalta que apesar da falta de interesse de instituições de pesquisa, da falta de recursos e da pouca quantidade de pessoas qualificadas, os estudos dialetais dentro da dialetologia e da geolingüística vêm ganhando espaço e se expandindo graças aos esforços de seus pesquisadores. Contudo, as autoras afirmam que o estudo do dialeto brasileiro ainda não foi feito, já que se necessita de uma pesquisa cuidadosa de toda diferenciação lingüística existente no Brasil, para depois se realizar a obra integral que determine a nossa diferenciação dialetal.

Já o artigo de Catarina Vaz Rodrigues (UFES), “Atlas prévio do Espírito Santo: primeiras notícias”, discorre sobre a necessidade dos professores conhecerem as variantes do português nas regiões em que atuam, para poderem guiar da melhor maneira possível os alunos na aquisição da flexibilidade lingüística, melhorando a aprendizagem. Segundo a autora, deve-se respeitar as diversidades e não impor um ensino da língua portuguesa rígido e homogêneo, para desta forma poder haver maior e melhor aprendizado da língua respeitando as variações locais.

Além desses, A geolingüística no Brasil contém diversos outros artigos feitos por coordenadores de projetos, autores de teses recém concluídas, especialistas da lingüística e de outras áreas afins. O livro tráz também estudos comparativos de mapas regionais, o andamento de mapas ainda não concluídos, além de apresentar aspectos relacionados a teoria e metodologia adotadas na geolingüística brasileira.

Maiores informações:
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Atualizado em 25/11/05
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