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Empresa para a criação de produtos para
celulares pode surgir da Unicamp

Interessados em entrar no mercado de criação de softwares e aplicativos para celulares, pesquisadores ligados à Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação (FEEC) da Unicamp decidiram unir-se para planejar uma empresa para desenvolver esse tipo de produto. Ao procurar a Agência de Inovação da universidade, a Inova, o grupo deparou-se com o programa de pré-incubação de negócios. Kleber Teraoka, doutorando pela FEEC e um dos integrantes do grupo, explica que a intenção é que os softwares e aplicativos a serem criados para o ambiente de telefones celulares sejam voltados para entretenimento e produtividade.

Segundo Teraoka, partindo dessa premissa, podem ser elaborados softwares para envio e recebimento de mensagens de texto e imagem, aplicativos que facilitem downloads e até games. Outro integrante do grupo, o pesquisador do Departamento de Engenharia de Computação e Automação Industrial da FEEC, José Mario de Martino, diz que o leque de opções de produtos a serem criados é grande, mas os pesquisadores vão definir quais serão os nichos prioritários.

Martino salienta que atualmente os pesquisadores estão empenhados em realizar o estudo de viabilidade técnica e econômica. Esse relatório deverá ser concluído em novembro deste ano. Após seis meses de trabalho, os pesquisadores saberão se devem ou não seguir com a idéia. Conscientes de que o mercado de tecnologia é altamente competitivo e que cada empresa tem o seu diferencial, os pesquisadores preferem esconder o jogo de qual seria o deles, mas outro integrante do grupo, pesquisador do Departamento de Comunicações da FEEC, Max Costa, garante que eles têm um diferencial que os habilita a competir.

Uma das grandes vantagens da etapa prévia da incubação está na economia que o grupo faz ao ser pré-incubado e não incubado, argumentam os entrevistados. “Se fôssemos um grupo incubado teríamos gastos mensais fixos de cerca de R$ 1 mil. Como estamos amadurecendo a idéia, não temos gastos fixos participando da pré-incubação”, compara Costa. Além dele, de Martino e de Teraoka, também integra o grupo de pesquisadores/empreendedores o engenheiro elétrico Antônio Augusto Andrade Araújo.

O diretor da MTV Brasil, André Mantovani, mentor de mercado dos pesquisadores da Unicamp, avalia que mundialmente, há um mercado promissor para o desenvolvimento de produtos tecnológicos ligados ao celular. Ele justifica que o aparelho deixou de ser apenas um veículo para comunicação de voz para se transformar em uma nova mídia. “Entre as características desse mercado estão a sua segmentação e o alto risco para o investidor”, enumera. Na opinião de Mantovani, para uma empresa conseguir sucesso nessa área é preciso rapidez no desenvolvimento dos produtos e agilidade na disponibilização da tecnologia para os consumidores.

O coordenador de empreendedorismo e pré-incubação de projetos da Inova, Paulo Lemos, explica que o objetivo da pré-incubação é estimular o desenvolvimento de empresas nascentes na Unicamp. Ele lembra que os oito primeiros grupos de pré-incubação iniciaram os trabalhos em maio deste ano. No prazo de um ano, cada um deles terá que montar um plano de negócios e um plano de mercado. A finalidade desses relatórios é dar subsídios para que cada grupo possa definir os rumos dos negócios propostos. Durante a pré-incubação os grupos recebem treinamento sobre gerenciamento de empresas e mercado, esclarece Lemos. Além dos cursos, cada grupo recebe orientações de um mentor acadêmico e um mentor de mercado.

O diretor de Parques Tecnológicos e Programas de Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica da Inova, Eduardo Grizendi, acredita que quem participa da pré-incubação terá o desenvolvimento da empresa acelerado e evitará perda de seus investimentos. Ele diferencia o programa de pré-incubação do programa de incubação ao esclarecer que, no primeiro, um grupo de pessoas se reúne para amadurecer uma idéia e organizar um plano de negócios, enquanto no segundo, há necessidade de se constituir uma empresa formal e possuir um plano de negócios acabado. O objetivo da incubação é desenvolver produtos tecnológicos propriamente, além de dar capacidade gerencial aos empresários.

Atualizado em 10/10/05
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