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Inauguração da sede nacional do Centro de Proteção de Primatas Brasileiros

macaco-guipó, umas das espécies ameaçadas de extinção.
Foto: Marcelo Cardoso de Sousa

O Centro de Proteção de Primatas Brasileiros (CPB) do Ibama inaugurou no último dia 16 sua sede nacional no centro histórico de João Pessoa (PB). O CPB deverá, através de bancos de dados atualizados, minimizar a grande demanda por informações qualificadas sobre os primatas, principalmente ferramentas no que concerne à preservação destes, sendo o suporte para o Ibama na formulação de políticas públicas para esse fim. A sede no Nordeste foi estrategicamente planejada, já que esta região abriga metade das espécies de primatas consideradas criticamente em perigo de extinção no país. “O Nordeste é um excelente laboratório ao país para aplicação pragmática de medidas voltadas à conservação das espécies”, afirma Marcelo Marcelino de Oliveira, chefe do CPB.

Segundo o biólogo Oliveira, a inauguração da sede nacional representa um grande avanço na medida em que abriga o banco de material biológico do Centro, onde são armazenadas todas as amostras coletadas no desenvolvimento dos trabalhos de campo. Estas somadas as informações sobre sistemática, biologia, distribuição geográfica, áreas de ocorrências de populações selvagens, doenças e imagens das espécies permitem elaborar mapas temáticos que apóiam as atividades de campo e a elaboração de produtos técnicos e científicos.

Dentre os resultados mais significativos, do Centro no campo técnico-científico, enfatiza Oliveira, está a conclusão do mapeamento das áreas de ocorrência do macaco-guigó (Callicebus coimbrai), espécies criticamente em perigo em Sergipe, cujos resultados já estão sendo aproveitados pela Gerência Executiva do Ibama do Estado para orientar a criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN). Outra contribuição em prática é o acompanhamento e desenvolvimento de um protocolo para o manejo de sagüis-de-tufo-branco (Callithrix jacchus), animais que sofreram com um surto de doença ainda não identificada no Rio Grande do Norte em 2004. O CPB também é responsável pela articulação técnica que levou à instituição do Comitê para o Manejo e Conservação dos Muriquis em 2003 e do Comitê para o Manejo e Conservação dos Calitriquídeos neste mês.

O próximo passo do CPB, de acordo com Oliveira, é a criação do projeto para montagem do Guia para Identificação dos Macacos-Pregos da Mata Atlântica, em conjunto com a Conservação Internacional do Brasil e o Museu Paraense Emílio Goeldi, cuja parceria estará sendo assinada neste mês, e que ainda este ano se pretenderá dar início aos estudos para sua elaboração.

O Brasil detém a maior diversidade de espécies de primatas do mundo, com a ocorrência de 103 espécies em seu território, de um total de 300, sendo que 40% são genuinamente brasileiras.

Atualizado em 20/09/05
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